Folha de S. Paulo


Brasil e 16 países oferecem agilizar processo para abrigar sírios

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) anunciou nesta terça-feira que o Brasil e mais 16 países se comprometeram a agilizar o processo para acolher os refugiados sírios. A intenção é aliviar a situação dos países vizinhos, que abrigam a maioria dos mais de 2 milhões que fugiram da guerra civil no país árabe.

No caso brasileiro, a autorização de residência é válida por dois anos e deve ser pedida nos consulados e embaixadas no Líbano, na Turquia, na Jordânia e no Iraque. Os pedidos de refúgio deverão ser apresentados na chegada ao Brasil.

O país é o primeiro da América Latina a acelerar os trâmites para os refugiados. Além do Brasil, Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Holanda, Suécia, Suíça e Áustria também criaram regulações especiais para os sírios que fugiram do país por causa do conflito entre os rebeldes e o regime de Bashar al-Assad.

Segundo a ONU, cerca de 2,1 milhões de pessoas deixaram a Síria desde o início dos confrontos, em março de 2011. A maioria se instalou em acampamentos em áreas vizinhas ao país no Líbano, na Jordânia, no Iraque e na Turquia. Os quatro países pediram ajuda internacional para tentar melhorar a situação nos acampamentos.

A Acnur afirma que apenas no Líbano, que concentra o maior número de refugiados (769 mil), o impacto na economia foi de US$ 7,5 bilhões (R$ 16,5 bilhões) no período entre 2012 e 2014.

MORTOS

Nesta terça, o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, afirmou que o número de mortos no conflito subiu para 115 mil pessoas, entre civis, soldados das tropas de Bashar al-Assad e combatentes rebeldes.

Para a entidade, cerca de 5.000 pessoas morreram apenas em setembro, mesmo com a ameaça de países ocidentais de atacar a Síria por causa de um ataque com gás sarin que matou centenas de pessoas na periferia de Damasco, em 21 de agosto.

A ONU, no entanto, afirma que mais de 100 mil pessoas morreram na Síria no mesmo período, segundo estimativa divulgada pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, em agosto.


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