Folha de S. Paulo


ONU investiga sete supostos ataques químicos e biológicos na Síria

A ONU informou nesta sexta-feira que seus inspetores enviados à Síria investigam sete casos de suposto uso de armas químicas e biológicas no país.

Segundo a organização, entre os episódios investigados estão três ocorridos nos arredores de Damasco após o ataque de 21 de agosto, que segundo os EUA deixou mais de 1.400 mortos e quase desencadeou uma resposta militar americana contra o regime de Bashar al-Assad. Washington acusa o ditador pelo massacre, mas ele nega.

O comunicado da ONU diz ainda que a equipe espera finalizar o trabalho na Síria na segunda-feira e trabalha em um relatório amplo que espera concluir até o final de outubro.

Ontem, após semanas de impasse, os EUA e a Rússia chegaram a um acordo sobre um rascunho de uma resolução para que a Síria desista de suas armas químicas.

A resolução, porém, não prevê o uso automático da força caso o país não cumpra suas determinações, defendido pelos EUA. O texto poderá ser votado pelo Conselho de Segurança da ONU já nesta sexta-feira.

ACORDO

O acordo surgiu após intensas negociações com a Rússia, aliada do regime sírio, que é contra um ataque militar ao país. Segundo diplomatas, potências ocidentais recuaram em vários pontos para poder garantir a aprovação do acordo pela Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança.

O maior ponto de discórdia era sobre o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que dá ao Conselho autorização para o uso de força militar caso as determinações não fossem cumpridas pelo regime.

Pela resolução de ontem, o Conselho pode impor medidas punitivas à Síria, mas elas terão de passar por uma nova votação, em que a Rússia ainda poderá exercer seu poder de veto.

Em entrevista à rede de TV venezuelana Telesur, o ditador sírio, Bashar al-Assad, reiterou compromisso em destruir o arsenal químico.

"Temos enviado nos últimos dias o inventário [do arsenal químico] para a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) e, em breve, os técnicos chegarão à Síria para verificar o estado dessas armas", disse.


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