A proposta do governo colombiano de submeter a referendo um possível acordo de paz com as Farc deu um passo importante hoje no Congresso colombiano.
As comissões do Senado e da Câmara responsáveis por reformas constitucionais aprovaram uma emenda que permitiria realizar a consulta no mesmo dia das eleições legislativas e presidenciais, em março e maio do ano que vem, respectivamente, como deseja o presidente Juan Manuel Santos. O atual mandatário não descarta tentar a reeleição.
O projeto terá ainda de ser avaliado pelos plenários das duas Casas.
Se o plano for aprovado, os colombianos poderão decidir se aprovam ou não os acordos de paz que estão sendo discutidos entre o governo e as Farc em Havana (Cuba).
A iniciativa foi apresentada por Santos no dia 22 de março, provocando um início de crise nas negociações, iniciadas em novembro de 2012.
As Farc recusaram a consulta e reiteraram sua proposta de que o pacto para pôr fim a mais de meio século de conflitos deve ser legitimado por uma Assembleia Constituinte.
O grupo suspendeu por breve período as negociações para analisar o assunto. O governo anunciou então que o mecanismo de referendo será decidido conjuntamente com a guerrilha.
Legisladores ligados ao ex-presidente Alvaro Uribe (2002-2010), adversário de Santos, condenaram a decisão das comissões. "É um passo perigoso que se dá no caminho de criar um referendo armado", disse o senador Juan Lozano sobre a possibilidade de que a consulta seja feita antes de a guerrilha entregar as armas.