Folha de S. Paulo


Atentado contra mesquita xiita deixa ao menos 33 mortos em Bagdá

Pelo menos 33 pessoas morreram e 55 ficaram feridas depois que um homem-bomba acionou um cinto de explosivos dentro de uma mesquita xiita no bairro de Kasra, em Bagdá, no Iraque, nesta quarta-feira. A explosão coincidiu com a saída da oração da tarde, quando o templo estava lotado.

As autoridades iraquianas investigam a ação, que ainda não foi reivindicada por nenhum grupo terrorista. A principal suspeita é de uma ação de grupos sunitas que combatem contra o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que é xiita.

Além da explosão contra a mesquita, outras ações contra as forças de segurança foram registradas em outras partes do Iraque. Em Mosul, no norte do país, quatro soldados morreram após homens armados dispararem contra um posto de controle.

Um ataque similar ocorreu em Baquba, a 60 km de Bagdá, deixando três policiais mortos e quatro feridos. Na semana passada, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, vinculado à rede terrorista Al Qaeda, reivindicou uma série de atentados contra bairros xiitas, que deixaram 47 mortos e 160 feridos.

A série de ataques sectários dos últimos meses faz parte do aumento da tensão entre o governo xiita, maioria populacional, e os sunitas, que dominavam o país durante a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003). Os sunitas se dizem discriminados pelo atual gabinete e buscam voltar a controlar o governo.

Apenas no mês de agosto, cerca de 800 iraquianos morreram em ações derivadas do conflito sectário, o que desperta temores da volta da onda de violência entre 2006 e 2007, em que cerca de 3.000 pessoas morriam por mês.

Além da tensão interna entre sunitas, xiitas e curdos, os mais de dois anos de guerra civil na vizinha Síria agravaram as profundas divisões sectárias e abalaram a frágil coalizão do Iraque entre os três grupos étnicos e religiosos.


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