Folha de S. Paulo


Qatar critica Israel após construção de assentamentos judaicos

O Qatar censurou neste domingo (8) Israel pela construção de assentamentos judaicos após o secretário de Estado americano, John Kerry, ter se reunido com países árabes num esforço para ganhar apoio para as nascentes negociações de paz entre israelenses e palestinos.

O comentário feito pelo ministro do exterior do Qatar, Khaled al-Attiya, embora consistente com a política e a opinão árabes, talvez não fosse exatamente o que Kerry esperava, no momento em que ele procura criar um clima favorável para o diálogo retomado em 29 de julho.

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"Há obstáculos", disse al-Attiya por intermédio de um intérprete durante entrevista com Kerry à imprensa, depois de o secretário de Estado americano ter se encontrado com com os ministros do exterior do Barein, Egito, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes, além de outras autoridades árabes.

"Estamos falando dos assentamentos", completou ele. "Cada vez que uma rodada de negociações está para começar, vem uma declaração sobre a continuidade dos assentamentos ou o anúndio da implantação de novos assentamentos. Isso é uma preocupação para nós e afeta diretamente as negociações."

Kerry, que vai se encontrar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Londres, disse ser vital que todos, incluindo o mundo árabe, ofereçam apoio aos dois lados, que tentam chegar à paz.

"Esta reunião é tão importante quanto as próprias negociações, porque o apoio da Liga Árabe e da comunidade árabe para um acordo é essencial para que consigamos esse acordo", disse Kerry a jornalistas.

"É um componente importante para criar o momentum, a energia e a seriedade de propósito para essas negociações", completou.

A retomada do diálogo entre israelenses e palestinos depois de uma interrupção de quase três anos é um dos principais feitos de Kerry desde que ele assumiu o cargo em fevereiro. No entanto, ainda não estão claros os progressos que isso pode resultar.

Kerry reiterou publicamente o seu pedido para que a União Europeia adie um planejado corte de assistência financeira para organizações isralenses nos territórios ocupados palestinos, dizendo que isso isso ajudaria as negociações.


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