Folha de S. Paulo


China liberta jornalista acusado de vazar segredos de Estado

A China libertou de forma antecipada um proeminente dissidente e jornalista que havia sido detido em 2005 por vazar segredos de Estado para o exterior.

Na época, o Yahoo! foi acusado de ajudar as autoridades a indentificá-lo. No sábado, o grupo pró-liberdade de expressão PEN International declarou que Shi Tao foi libertado 15 meses antes do fim da sua sentença. Shi foi condenado a dez anos de prisão.

Naquela época, o Yahoo! se defendeu da acusação de ajudar as autoridades dizendo que tinha que se submeter às leis locais.

"Celebramos a noíticia da libertação antecipada de Shi Tao, num momento em que parece que há sombras cada vez maiores sobre a liberdade de expressão na China", disse num comunicado Marian Botsford Fraser, representante do grupo PEN.

"A prisão de Shi Tao, por conta das ações do Yahoo da China, sinalizou há uma década os desafios à liberdade de expressão, da vigilância na internet, com os quais estamos lidando agora."

Um ativista chinês, em contato com Shi, confirmou que ele foi solto há uma semana. O ativista, que pediu para não ser identificado, afirmou que Shi não daria entrevistas neste momento.

Não ficou imediatamente claro porque ele havia sido solto antes de terminar a pena. Essas libertações podem ocorrer na China por causa do bom comportamento do preso. A condenação de Shi foi baseada num email por ele enviado a um site de Nova York com detalhes de restrições à imprensa por conta do aniversário da repressão contra as manifestações pró-democracia de 1989 na China.

O grupo PEN declarou que Shi "foi tratado relativamente bem na prisão nos últimos anos, que ele escreveu muitos poemas, incluindo um escrito depois que ele soube que Liu Xiaobo havia recebido o Nobel".


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