Folha de S. Paulo


Coreia do Sul proíbe frutos do mar vindos da área próxima a Fukushima

O Ministério de Oceanos e Pesca da Coreia do Sul estendeu nesta sexta-feira a proibição a frutos do mar vindos do Japão, em resposta à revelação de novos vazamentos de água radioativa na usina nuclear de Fukushima.

Na nova medida, Seul proíbe a importação de todos os produtos pesqueiros vindos de oito Províncias do norte japonês, que ficam próximas à usina nuclear. O governo sul-coreano ainda submeterá as importações a nova análise caso sejam detectadas quantidades pequenas de iodo e césio em cargas pesqueiras de outras regiões.

Por último, Seul baixou a dose permitida de radiação nos produtos do mar dos atuais 370 becquerels por quilo, uma quantidade que já era inofensiva, para apenas 100 Bq/kg. Seul ainda criticou o governo japonês por não entregar informação suficiente para prever a evolução futura da situação.

O governo japonês lamentou a determinação sul-coreana e afirmou que as normas de segurança alimentar são "rígidas, incluindo os produtos do mar, e se baseiam em normas internacionais". No ano passado, Seul já havia limitado a importação de cerca de 50 produtos vindos do norte japonês.

Em comunicado, o país afirmou ter tomado a decisão porque os sul-coreanos se preocupam cada vez mais com o aumento da fuga de água contaminada de Fukushima para o oceano Pacífico que, segundo a operadora da usina nuclear, chegam a 300 toneladas diárias.

Nos últimos dois anos, o consumo de frutos do mar na Coreia do Sul diminuiu consideravelmente devido à preocupação com os vazamentos em Fukushima. No ano passado, Seul importou 5.000 toneladas de produtos pesqueiros da região, o que representa 12,5% de todo a produção japonesa enviada ao país vizinho.

ACIDENTE NUCLEAR

A usina nuclear de Fukushima abriga quase 400 mil toneladas de água contaminada com césio, estrôncio, trítio e outras substâncias radioativas, depositadas no subsolo ou armazenadas em mil tanques especiais. O líquido é usado para resfriar os três reatores da planta, destruídos pelo tsunami de 2011.

Nos últimos meses, a Tokyo Electric Power, que controla a usina, admitiu que a quantidade de água que está vazando dos reservatórios para o oceano Pacífico é de 300 toneladas diárias e foram descobertas diversas áreas com alta radiação.

No início da semana, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou a destinação de US$ 400 milhões (R$ 960 milhões) para a construção de uma espécie de muro congelado, cuja intenção é isolar a radiação da usina japonesa.

Hoje, a operadora da central elétrica anunciou que recolocou em posição mais segura um guindaste que havia reclinado sobre o reator 3. O guindaste é utilizado para retirar os dejetos acumulados do reator, cujo edifício de proteção ficou parcialmente destruído em uma explosão de hidrogênio após o tsunami.


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