Folha de S. Paulo


Comissão do Senado dos EUA se reúne para discutir proposta de intervenção na Síria

A comissão de Relações Exteriores do Senado americano se reúne nesta terça para debater a proposta do presidente Barack Obama de realizar uma intervenção militar na Síria em retaliação ao ataque químico que ocorreu em Damasco no último dia 21 e que, segundo Washington, foi provocado pelo regime de Bashar al-Assad.

"Hoje, eu apoio a decisão do presidente", disse Robert Menendez, chefe da comissão, no início da audiência, ressalvando que se trata de uma "dificílima decisão" para o país.

A ausência de uma ação americana pode encorajar o ditador norte-coreano Kim Jong-un, o Hizbullah e o Hamas a reforçarem seus investimentos na aquisição de armas químicas, segundo Menendez.

Brendan Smialowski/AFP
Senador Robert Menendez (no centro), em audiência sobre Síria
Senador Robert Menendez (no centro), em audiência sobre Síria

O secretário de Estado, John Kerry, também discursou na audiência. Retomou pontos citados nos últimos dias para reforçar a necessidade de uma reação americana e voltou a ressalvar que não o país não pretende repetir os equívocos cometidos na invasão do Iraque há dez anos, quando a falsa existência de armas de destruição em massa foi usada como pretexto para o ataque.

Pela manhã, os líderes dos dois partidos, democratas e republicanos, da Câmara dos Representantes, já haviam demonstrado apoio.

O republicano John Boehner, presidente da Câmara, confirmou seu suporte, instando seus pares a acompanhá-lo, em uma vitória significativa para o projeto de Obama, que preferiu ouvir o Congresso antes de atacar.

A líder da minoria na casa, a democrata Nancy Pelosi, que também participou do encontro, completou que os Estados Unidos têm o dever de responder a ações não civilizadas. E o líder da maioria republicana, Eric Cantor, comprometeu seu voto a favor.

Obama já havia anunciado mais cedo que tem confiança de que receberá aprovação dos legisladores e que o plano de ação já está pronto, repetindo que não levará tropas terrestres. O presidente e seus secretários mais próximos iniciaram uma forte movimentação para obter o apoio interno nos últimos dias.


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