Folha de S. Paulo


Polícia Federal diz que cumpriu papel 'administrativo' na entrada de boliviano

A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (26) que cumpriu um papel "administrativo" na entrada do senador boliviano Roger Pinto Molina no Brasil.

Além de registrar a entrada dele no posto de fronteira em Corumbá (MS), a PF deu início ao processo de refúgio do senador boliviano.

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Por meio da assessoria de imprensa, a PF afirmou que Molina foi mais um boliviano atravessando a fronteira. Ele foi submetido aos procedimentos de praxe de imigração e também preencheu documentação do processo de asilo que será encaminhada ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão colegiado e vinculado ao Ministério da Justiça.

Segundo o MJ, o Conare vai analisar a pertinência do pedido, isto é, se ela enquadra na legislação brasileiro. Caberá ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) a decisão final de conceder ou não o asilo. Não há prazo para o fim desse processo.

Desde que entrou no Brasil, no fim de semana, Molina está hospedado na casa do advogado dele, Fernando Tibúrcio Peña, em Brasília.

Pedro Ladeira/Folhapress
Roger Pinto Molina (dir.) acena ao lado de seu advogado Fernando Tiburcio em Brasília
Roger Pinto Molina (dir.) acena ao lado de seu advogado Fernando Tibúrcio Peña, em Brasília

Nesta segunda, o senador fez uma aparição relâmpago na porta da casa do advogado, em Brasília. Diante das câmeras, ele disse que ama o Brasil.

Depois de 455 dias refugiado na embaixada do Brasil em La Paz, o senador opositor ao governo de Evo Morales entrou no país com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que foi chamado a dar explicações ao Itamaraty.

Em nota divulgada no domingo, o Itamaraty informou que abriria uma investigação interna contra Saboia, que no final da tarde desta terça veio prestar esclarecimentos ministro Antonio Patriota e ao Secretário-Geral do órgão, Eduardo dos Santos.

À Folha, Saboia disse que duas vezes em Brasília relatando que o senador boliviano sofria de depressão e estava com problemas renais. O diplomata chegou a pedir para ser transferido de La Paz para outro posto no exterior ou mesmo no Brasil.

O Itamaraty deve instaurar uma sindicância contra o diplomata. As punições, em geral, vão desde uma simples advertência oral até a exoneração do cargo.

Editoria de Arte/Folhapress

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