Folha de S. Paulo


França faz monitoramento interno de telefones e internet, diz "Le Monde"

O jornal "Le Monde" disse nesta quinta-feira que a França monitora milhões de telefonemas, e-mails e mensagens de celular dos franceses, em um caso que causa controvérsia judicial no país.

O esquema é similar ao feito pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, em inglês) com dados de telefones americanos e de internet de todo o mundo, que foi revelado pelo técnico de informática Edward Snowden no mês passado.

Segundo a publicação, a Direção-Geral de Segurança Exterior (DGSE) coleta os dados emitidos por computadores e telefones franceses, assim como os fluxos entre o país e o exterior, para serem usados pelos serviços antiterroristas.

Assim como no caso americano, os procedimentos não se centram no conteúdo das comunicações, mas nos "metadados", ou seja, quem contata quem. No caso da internet, de fax e mensagens de texto, há a possibilidade de ver o conteúdo.

O jornal afirma que os políticos sabem dos vazamentos, mas mantêm segredo. Na lei francesa, há um vácuo que permite o armazenamento desses dados, já que não há regulação nem proibição para que isso seja feito.

Não há informações sobre espionagem no exterior. Os dados estão à disposição de uma série de agências francesas a cargo da segurança, desde os serviços alfandegários à inteligência militar, interior, exterior e financeira, entre outras.

Como exemplo concreto desse tipo de espionagem, o diário cita um caso de novembro de 2011, quando o presidente da companhia aérea China Eastern encontrou três homens que faziam revistas em suas malas em um hotel em Toulouse.

Os indivíduos, que abandonaram "precipitadamente" o quarto, esqueceram um computador, chaves-mestra e um leitor de DVD. O caso foi rejeitado pela Justiça.

Segundo o site WikiLeaks, a França é um dos países com a rede mais eficiente de espionagem do mundo.


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