Folha de S. Paulo


Ataques violentos deixam pelo menos 27 mortos no Iraque

Pelo menos 27 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas em uma série de ataques violentos, feitos com bombas e homens armados, em diversas cidades do Iraque nesta sexta-feira. Nenhum grupo reivindicou as ações, que atingiram alvos civis e do governo.

Segundo autoridades locais, a ação mais grave aconteceu em Baquba, no leste do país. Um carro-bomba que estava estacionado em frente a um café explodiu no final da noite de quinta-feira. Minutos depois, quando já haviam chegado os bombeiros, outro explosivo foi detonado.

Ao todo, 20 pessoas morreram e 32 ficaram feridas. Um dos mortos era membro de um grupo de bombeiros que chegou ao lugar após a primeira explosão e morreu na segunda. Na mesma região, homens armados mataram um membro da milícia Al Sawha, aliada do governo de Nouri al-Maliki.

Outro integrante da milícia foi morto e mais dois ficaram feridos em outra ação de homens armados em Kirkuk. Em Bagdá, dois cafés foram atingidos por explosões de bomba. Na região de Al Azamiya, quatro pessoas morreram e 28 ficaram feridas após um explosivo ser detonado no café Yar al Qamar.

Ainda na capital iraquiana, outro estabelecimento do gênero, no bairro de Al Furat, foi atingido por outro explosivo, que provocou ferimentos em 14 pessoas. No norte da cidade, um cabeleireiro foi morto por homens armados no bairro de Al Qahir.

A violência tem crescido no Iraque desde o início do ano, vitimando mais de mil pessoas apenas em maio, o mês mais mortal desde o derramamento de sangue sectário visto em 2006 e 2007.

Os insurgentes, incluindo a filial iraquiana da Al Qaeda, têm recrutado muçulmanos da minoria sunita do país, que se sente marginalizada após a invasão liderada pelos Estados Unidos que derrubou o ex-ditador Saddam Hussein e fortaleceu a maioria xiita.

As tensões sectárias foram inflamadas pela guerra civil na Síria, que contagia rapidamente toda a região, atraindo combatentes xiitas e sunitas do Iraque para lutar em lados opostos do conflito.

As explosões aconteceram no momento em que os iraquianos celebram os movimentos por parte do Conselho de Segurança da ONU para acabar com as sanções impostas a Bagdá há mais de duas décadas, depois que o ex-ditador Saddam Hussein invadiu o Kuait em 1990.


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