Folha de S. Paulo


Insurgentes atacam sede da Cruz Vermelha no leste do Afeganistão

A sede da Cruz Vermelha em Jalalabad, no leste do Afeganistão, foi atacada nesta quarta-feira por insurgentes armados. Sete funcionários foram feitos reféns pelos insurgentes, mas foram soltos horas depois pelas forças de segurança afegãs.

Segundo autoridades locais, a ação começou quando um homem-bomba explodiu o portão de entrada do prédio da entidade. Em seguida, dois insurgentes entraram no prédio e fizeram reféns sete funcionários, dentre eles seis estrangeiros.

O local foi invadido por forças de segurança afegãs e cercado por tropas da Otan. O vice-chefe da polícia da região, Masoum Khan Hashimi, afirmou que sete reféns, dentre eles quatro homens e três mulheres, foram liberadas após uma hora de confronto. Deles, apenas um ficou levemente ferido.

A polícia afegã informou que um agente foi morto após a explosão do homem-bomba e outros três criminosos morreram durante tiroteio. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, com sede em Genebra, confirmou a ação e afirmou que, no local, havia seis funcionários estrangeiros e dezenas de trabalhadores locais.

A operação do CICV no Afeganistão, ao custo de US$ 90 milhões (R$ 180 milhões) anuais, é a maior do grupo no mundo. Cerca de 1.800 funcionários trabalham na CICV em projetos que vão desde fornecimento de próteses ortopédicas aos feridos de guerra a visitas aos militantes em prisões afegãs.

O ataque aconteceu quatro dias após um grupo de insurgentes invadir o escritório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Cabul, matando três civis e ferindo quatro trabalhadores humanitários estrangeiros.

A ação foi reivindicada pelo Taleban, que é o principal suspeito deste novo ataque. O grupo armado controlou o país na década de 1990 e combate contra o governo comandado por Hamid Karzai, que considera ilegítimo.

Eles foram expulsos do poder em 2001, após a chegada das tropas ocidentais ao Afeganistão, lideradas pelos Estados Unidos. A coalizão militar ocidental está em processo de retirada e deverá transferir o controle da segurança no Afeganistão para o governo local em dezembro de 2014.


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