Folha de S. Paulo


Conselho propõe redução do limite alcoólico para motoristas nos EUA

A referência legal usada nos Estados Unidos para determinar quando um motorista está bêbado poderá ser reduzida em um esforço para diminuir o índice de acidentes de carro envolvendo motoristas alcoolizados --cerca de 10 mil mortes anuais são causadas por acidentes desse tipo no país.

O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB, sigla em inglês) recomendou nesta terça-feira que todos os 50 Estados americanos reduzam o limite de 0,08 teor de álcool no sangue (BAC, sigla em inglês), para 0,05.

Dentro dos limites da lei atual, um homem com cerca de 80 kg normalmente passa do limite depois de beber cinco latas de cerveja em uma hora, de acordo com uma calculadora online desenvolvida pela Universidade de Oklahoma.

No Brasil, após as mudanças na Lei Seca sancionadas no final do ano passado, o nível tolerado no bafômetro diminuiu pela metade --segundo autoridades apenas por questões técnicas relacionadas ao equipamento-- e no exame de sangue a tolerância passou a ser zero.

A proposta nos EUA é parte de uma iniciativa do conselho descrita em um relatório e aprovada por um painel para eliminar casos de motoristas embriagados. Os acidentes envolvendo o consumo de bebidas alcoólicas representam cerca de um terço de todas as mortes nas estradas do país.

"Isso é fundamental, porque dirigir alcoolizado continua sendo uma das principais causas de morte nos EUA", disse a presidente do NTSB, Debbie Hersman.

Segundo ela, já foram alcançados progressos ao longo dos anos para reduzir a embriaguez no volante, incluindo uma série de políticas federais e estaduais e leis mais severas.

Segundo o relatório do conselho, a redução da taxa para 0,05 salvaria entre 500 e 800 vidas anualmente.

"Nos últimos 30 anos, mais de 440 mil pessoas morreram no país por causa de direção e álcool. Qual será nosso legado em 30 anos?", comentou Hersman.

O conselho também recomentou que os Estados expandam suas leis que permitem à polícia confiscar as carteiras de motorista de condutores que violem a lei.

O Instituto de Bebidas Americano criticou a recomendação do conselho, dizendo que, as novas regras propostas "criminalizam um comportamento perfeitamente responsável".


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