Folha de S. Paulo


Obama diz que ainda tem dúvidas sobre uso de armas químicas na Síria

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira ainda ter dúvidas sobre o uso de armas químicas na Síria. Para ele, as provas apresentadas pela inteligência americana ainda são insuficientes para optar por uma intervenção militar.

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Na semana passada, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, disse que os agentes encontraram evidências "com graus variados de confiança" de que carregamentos de gás sarin foram usados em pequenas quantidades em diversas regiões da Síria, provavelmente pelo regime sírio.

Em entrevista coletiva, Obama afirmou que as informações divulgadas por Hagel ainda são preliminares e que ainda faltam informações sobre em que circunstâncias as armas foram aplicadas. Por isso, não pode definir nenhuma interferência no conflito no país árabe.

"Nós ainda não sabemos como, onde e quem as usaram, e quando tomo decisões sobre a segurança nacional americana e o potencial para uma ação adicional em resposta ao uso de armas químicas, tenho que ter certeza de que eu tenho as provas".

Para ele, é preciso de informações precisas e comprovadas sobre o ataque para definir qualquer ação contra o regime sírio, principalmente em caso de intervenção militar. Obama voltou a dizer que as armas químicas mudaria o cenário da guerra civil.

O mandatário ainda afirmou que faz reuniões desde o início do ano com as Forças Armadas para definir como atuar caso a suspeita seja confirmada. Ele, no entanto, não deu detalhes sobre o que foi determinado durante as reuniões.

BOSTON

Questionado sobre a investigação do ataque na maratona de Boston, Obama defendeu o trabalho das equipes de investigação e agradeceu a colaboração da Rússia na ação. Também afirmou que o presidente Vladimir Putin sugeriu que os países façam uma agência conjunta para combater o terrorismo.

O presidente afirmou que será feita uma revisão do sistema de segurança nacional após o atentado. No caso de Boston, um dos suspeitos, Tamerlan Tsarnaev, deixou de ser acompanhado pelo FBI (Birô Federal de Investigações, em inglês), mesmo tendo relação com radicais islâmicos.

Porém, Obama lembrou que o Estado americano ainda estará ameaçado por "mentes transtornadas", como nos casos dos atiradores que atacaram a escola Sandy Hook, em Newtown, em dezembro, e a faculdade Virginia Tech, em 2007.


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