Folha de S. Paulo


Milícias armadas bloqueiam prédios públicos na Líbia em protesto

Grupos armados tentaram tomar conta de pelo menos três prédios públicos, neste domingo, em Trípoli, capital da Líbia. De acordo com testemunhas, eles exigiam a aprovação de uma lei que determina a saída de todos os servidores públicos ligados ao regime de Muammar Gaddafi, morto em 2011.

Entre os prédios que foram alvo estão o do Ministério das Relações Exteriores, o do Ministério do Interior e o da agência oficial de notícias.

No primeiro, os homens conseguiram bloquear as vias de acesso, cercar o edifício e impedir a entrada dos funcionários, ainda conforme testemunhas. Eles contavam com pelo menos 20 veículos, alguns armados de canhões antiaéreos, além de fuzis AK-47.

Sabri Elmhedwi/Efe
Milícia armada fala com a imprensa durante cerco a prédio do Ministério das Relações Exteriores, em Trípoli (Líbia)
Milícia armada fala com a imprensa durante cerco a prédio do Ministério das Relações Exteriores, em Trípoli (Líbia)

Uma fonte da chancelaria lamentou os métodos "extremadamente ofensivos, mesmo que as exigências sejam legítimas", e assinalou que isso não justifica "paralisar o trabalho de todo um ministério".

"Esses ataques não nos derrubarão, e nós não vamos nos render", afirmou o premiê Ali Zaidan, em entrevista à imprensa.

O governo da Líbia recebe cada vez mais ameaças de milícias fortemente armadas, que estão sendo removidas dos subúrbios da capital.

Na terça-feira (23), a Embaixada da França em Trípoli foi bombardeada, no primeiro grande ataque a um alvo internacional desde o ataque à Embaixada dos EUA na cidade, em 11 de setembro do ano passado, que matou diplomatas americanos.


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