Folha de S. Paulo


Coreia do Norte pede suspensão de sanções para pôr fim a ameaças

A Coreia do Norte pediu nesta quinta-feira a suspensão das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) ao país em uma lista de condições para negociar com os Estados Unidos e a Coreia do Sul o fim da tensão na região asiática.

A nota, publicada pela agência de notícias estatal KCNA, é mais um sinal de que a retórica do país comunista diminuiu nos últimos dias após semanas de ameaças a Seul e Washington. Pyongyang ameaçou fazer testes de mísseis e explodir bombas nucleares nos dois países.

A cúpula militar norte-coreana disse que as penalizações foram "fabricadas com razões injustas" e que, se retiradas, seriam interpretadas como um sinal positivo.

"A desnuclearização da península da Coreia pode começar com a retirada das ferramentas de guerra nuclear arrastadas para cá pelos EUA, e isso pode levar a um desarmamento nuclear global."

Além do fim das sanções da ONU, o regime de Kim Jong-un requisita a saída dos cerca de 27 mil soldados dos Estados Unidos que estão instalados em bases na Coreia do Sul para remover as armas atômicas. O país foi penalizado em março por um teste nuclear realizado em fevereiro, o que provocou o aumento da retórica.

Os EUA já ofereceram negociações, mas com a condição de que o processo leve a Coreia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares. Pyongyang diz que o arsenal atômico é uma "valiosa espada" da qual nunca abdicará.

"Se os Estados Unidos e o fantoche Sul têm o mais ligeiro desejo de evitar uma marretada do nosso Exército e do nosso povo e realmente desejam diálogo e negociações, eles devem tomar uma decisão firme", informa o comunicado.

Em resposta, o governo da Coreia do Sul chamou a lista de condições de "totalmente incompreensível e sem lógica". Para o porta-voz da Chancelaria sul-coreana, Cho Tai-young, o país comunista deve acabar com as exigências, que chamou de irracionais, e optar pelo diálogo.

A oferta do diálogo acontece dias após de o secretário de Estado americano, John Kerry, se encontrar com representantes da China em Pequim, em meio ao aumento da tensão com a Coreia do Norte. Os chineses, principais aliados do regime de Pyongyang, se mostraram irritados com as ameaças de Kim Jong-un.


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