Folha de S. Paulo


Taleban no Paquistão nega autoria de ataque em Boston

"Em qualquer lugar que encontremos americanos iremos matá-los, mas não temos nenhuma relação com as explosões em Boston".

Através dessa declaração, feita pelo porta-voz do Taleban no Paquistão, Ihsanullah Ihsan, o grupo negou qualquer envolvimento com o atentado na Maratona de Boston, na última segunda (15).

A informação foi divulgada nesta terça-feira pela emissora CNN.

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Duas bombas que explodiram de maneira coordenada, perto da linha de chegada da maratona, deixaram três mortos e 176 feridos.

Segundo o jornal "Boston Globe", sindicatos de trabalhadores de segurança pública --policiais e bombeiros-- está oferecendo US$ 50 mil como recompensa por informações que possam levar aos autores do atentado.

Os sindicatos, segundo o jornal, também estão organizando um fundo que vai arrecadar dinheiro para doar às vítimas.

ATO DE TERROR

Nesta terça-feira, o presidente Barack Obama disse que as explosões são um "evidente ato de terror".

O democrata destacou, no entanto, que ainda não há informações sobre a autoria do crime. Não se sabe ainda se quem está por trás é uma organização ou um único indivíduo nem se a origem é doméstica ou internacional. "Tudo, a essa altura, é especulação", disse.

Ontem, em uma breve declaração, Obama havia evitado falar em "terrorismo". Ele havia afirmado apenas, como repetiu nesta terça, que os culpados serão perseguidos, presos e levados à Justiça.

ARTEFATOS

A agência de notícias Associated Press informou nesta terça que as duas bombas usadas no atentado à foram colocados em duas panelas de pressão cheias de artefatos de metal.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias, as panelas de seis litros de capacidade foram recheadas com explosivos, que ainda não foram identificados, e peças de metal, como agulhas, pregos, pedaços de metal e rolamentos pequenos, como os usados em skates.

Os agentes questionados pela Associated Press dizem que as duas bombas foram colocadas dentro de duas mochilas pretas deixadas próximo ao público que estava na linha de chegada da maratona. A emissora de TV CNN afirmou que os explosivos usados não foram avançados, como dinamite e explosivos plásticos.

O canal de notícias americano informa também que a fumaça pode ter sido resultado de uma mistura lenta dos explosivos com a mistura com elementos químicos colorantes, que foi ativada por meio de um alarme ou telefone celular. Oficialmente, a polícia e o FBI ainda não se pronunciaram sobre o conteúdo da bomba.

INVESTIGAÇÃO

De acordo com o FBI (polícia federal americana), que assumiu a investigação, não há risco de novos ataques, embora a segurança na cidade esteja reforçada. Os quarteirões mais próximos do local das explosões permanecem interditados e deverão ser palco de testes periciais por mais alguns dias.

O FBI trata o caso como uma "investigação criminal" e uma investigação terrorista em potencial".

VÍTIMAS

O ataque deixou três mortos e 176 feridos. Um dos mortos é um menino de oito anos e a outra uma mulher de 29 anos. A identidade da terceira vítima não foi divulgada

Entre os feridos, 17 permanecem em estado grave. Dois deles são dois irmãos de 31 e 33 anos que assistiam à corrida e que sofreram amputações. Há também uma brasileira, que, de acordo com o chanceler Antonio Patriota, sofreu ferimentos leves.

Editoria de arte/Folhapress

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