Ronald Biggs, 83, um dos criminosos do roubo histórico ao trem pagador na Inglaterra, foi na quarta-feira ao enterro de um de seus colegas de quadrilha. Bruce Richard Reynolds, um dos líderes do grupo que assaltou o trem em 1963, morreu na semana passada aos 81 anos.
Com parte do corpo paralisado e sem poder falar, Biggs deixou uma mensagem escrita ao comparsa e participou do velório na igreja de são Bartolomeu, em Smithfield, na capital britânica. "Bruce foi um amigo verdadeiro, um amigo para os bons e maus momentos e nós tivemos vários deles", disse.
Neil Hall/Reuters | ||
Ronald Biggs, 83, aparece em enterro de colega do roubo ao trem pagador, em 1963, em uma igreja de Londres |
Biggs foi levado ao local em uma cadeira de rodas por causa da paralisia, causada por derrames, infartos, ataques epiléticos e acidentes vasculares cerebrais. Após 30 anos refugiado no Brasil, o criminoso se entregou em 2001 ao Reino Unido e cumpre prisão domiciliar.
Ele era um dos líderes da quadrilha de cerca de 15 homens que conseguiu, em 8 de agosto de 1963, parar um comboio ferroviário manipulando a sinalização.
Depois de ferir gravemente um funcionário, eles fugiram com 120 sacos de notas usadas contendo no total 2,6 milhões de libras, uma quantia recorde para a época equivalente a cerca de R$ 124 milhões.
Os ladrões, inclusive Biggs, foram presos em janeiro de 1964. Processado e condenado a 30 anos de prisão, Biggs foi para a penitenciária de Wandsworth (Londres), de onde conseguiu fugir 15 meses depois.
Ele passou por cirurgias estéticas e viveu como foragido na Espanha, na Austrália e, principalmente, no Brasil.