Folha de S. Paulo


Vaticano reforça fumaça após casos de 'falso positivo'

Assim que a fumaça começou a sair na terça-feira da chaminé instalada sobre a Capela Sistina, os milhares de fiéis e jornalistas presentes não tiveram a menor dúvida: é preta e não saberemos ainda quem será o futuro papa.

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O Vaticano fez questão, este ano, de produzir muita fumaça, densa e muito escura, para não criar dúvidas nem gerar falsas expectativas.

Nem sempre foi assim. Em conclaves passados, como o de 2005, quando Ratzinger foi escolhido, o sinal era tão fraco que gerava dúvidas constantes sobre o resultado das votações diárias.

Editoria de Arte/Folhapress

Lydia Megumi/Editoria de Arte/Folhapress

Naquela ocasião, a Santa Sé decidiu tocar os sinos no momento da fumaça branca (o que irá ocorrer neste ano de novo, só para garantir), mas, por um problema de comunicação, o som atrasou e ninguém sabia ao certo o que tinha acontecido.

Na Capela Sistina, são instalados dois fornos, um para queimar as cédulas de votação e o outro para, com a adição, componentes químicos, gerar a fumaça preta (nada de papa) ou a branca ("habemus papam").

Até a segunda-feira (11), o Vaticano não divulgava quais produtos são utilizados para gerar a cor da fumaça.

O segredo, no entanto, foi revelado por sua assessoria de imprensa. Para fazer a fumaça branca usam-se clorato de potássio, lactose e resina de pinho (colofônia). Para a preta, perclorato de potássio, antraceno e enxofre como combustível. (BERNARDO MELLO FRANCO E FABIANO MAISONNAVE)


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