Folha de S. Paulo


Ministro de Dilma diz que 'todas as cozinhas' choram por Chávez

Impressionado com a comoção do povo venezuelano que foi às ruas de Caracas dar adeus ao presidente Hugo Chávez, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta quinta-feira (5) a lideranças de movimentos sociais que "todas as cozinhas" choram a morte do venezuelano.

"Todas as cozinhas, tudo que é popular naquele país está chorando a morte de uma grande liderança que soube fazer, com os erros e limites que ele tem e com as discordâncias que nós tivemos com ele também, mas soube pegar os recursos do petróleo, que antes iam para a elite e socializar", disse o ministro, comparando às mudanças promovidas por Chávez na Venezuela à "uma verdadeira revolução".

Para o ministro, "os intelectuais e os analistas políticos" devem ficar atentos à presença do povo nas ruas porque a comoção significa as mudanças promovidas pelo venezuelano na vida do povo e na estrutura social.

Depois de debater o principal programa social do governo brasileiro, o ministro afirmou que trabalha numa linha similar à do líder bolivariano que ficou 14 anos no poder e morreu na terça-feira (5) decorrência de um câncer na região pélvica. "No Brasil, nosso objetivo vai mais ou menos nessa perspectiva. Que o povo da cozinha, o excluído, passe a deixar de chorar, se alegrar e viver com dignidade".

Assim como a presidente Dilma Rousseff, Gilberto reconheceu a importância da liderança de Chávez para a América Latina e afirmou das divergências com Chávez sem, contudo, citá-las.

"Nós tivemos uma porção de divergências sobre uma porção de itens, de métodos, mas é reconhecido, sem dúvida nenhuma, a inversão de prioridade que ele fez. É uma outra Venezuela hoje", afirmou o ministro, dizendo que a reação do povo nas ruas indica a importância de Chávez para os venezuelanos.

Gilberto, que não embarcou na comitiva presidencial que vai ao funeral de Chávez, disse que a presença de Dilma no enterro é uma homenagem mais que merecida.

"E nós continuaremos naturalmente com essa relação estreita com o povo da Venezuela porque nós entendemos que a America latina é uma unidade, um conjunto e precisamos caminhar juntos, cada um com seus erros, seus limites e seus acertos", disse o ministro.


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