Folha de S. Paulo


Dilma decreta luto oficial de três dias no Brasil por morte de Chávez

A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias pela morte do colega venezuelano Hugo Chávez.

O decreto foi publicado nesta quarta-feira (6) no "Diário Oficial da União". Até sexta (8), a bandeira nacional deve ser hasteada a meio mastro nas repartições públicas, estabelecimentos de ensino e sindicatos.

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O luto de três dias é um ato simbólico do governo brasileiro. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial pela morte do líder argentino Nestór Kirchner. Em janeiro deste ano, Dilma também decretou luto de três dias pelas vítimas de Santa Maria.

A Presidência ainda define os detalhes da viagem de Dilma à Venezuela para o funeral de Chávez. A homenagem dos mandatários estrangeiros está prevista para as 10h desta sexta (8).

Nesta terça-feira, Dilma lamentou a morte de Chávez dizendo que ele deixaria um vazio na América Latina. Depois da notícia da morte, a Presidência anunciou que Dilma cancelou viagem à Argentina nesta quinta e divulgou nota de pesar.

"Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Hugo Chávez. Porém, hoje, nós reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil, um amigo do povo brasileiro", afirmou Dilma durante evento com trabalhadores rurais na noite de terça.

Além do Brasil, Chile, Cuba, Uruguai e Belarus decretaram luto oficial de três dias. O Irã determinou hasteamento da bandeira a meio mastro por um dia.

MORTE

Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília), após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.

Segundo o chanceler venezuelano, Elías Jaua, o vice-presidente, Nicolás Maduro, seguirá no comando do país até a convocação de novas eleições, em 30 dias. O anúncio deve gerar polêmica, pois a Constituição determina a posse do presidente da Assembleia Nacional em caso de ausência total do presidente.

Desse modo, quem deveria assumir o cargo é Diosdado Cabello. Jaua disse também que Maduro deverá ser candidato às próximas eleições presidenciais, assim como Chávez desejou na última reunião de ministros que presidiu, no início de dezembro.

De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.


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