Folha de S. Paulo


Presidentes de Argentina, Bolívia e Uruguai chegam para velório de Chávez

Os presidentes da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica, chegaram na manhã desta quarta-feira à Venezuela para assistir ao velório de Hugo Chávez, que morreu na tarde de terça (5).

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Os três mandatários, aliados do líder bolivariano, chegaram em sequência e foram recebidos no aeroporto da capital Caracas pelo chanceler Elías Jaua.

Cristina foi a primeira a chegar, por volta das 5h locais (6h30 em Brasília), visivelmente emocionada pela morte do venezuelano, que era amigo de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010 após um infarto.

Em seguida, foram recebidos Mujica e sua mulher, a senadora Lucía Topolansky, que também viajaram no avião da presidência argentina. Uma hora depois, foi a vez de Evo Morales, um dos principais aliados de Chávez e cujo país foi beneficiado por programas de financiamento e venda de petróleo da PDVSA.

Ele disse que a morte do presidente venezuelano era um momento difícil também para a Bolívia. "Venho acompanhar o povo venezuelano nesse momento difícil, não só para a Venezuela, mas também para a Bolívia e todos os povos que lutam por sua liberação", disse o boliviano, em entrevista à rede Telesur.

O velório pela morte de Chávez começará nesta quarta, na Academia Militar de Caracas, e continuarão até a sexta, quando o corpo do presidente será enterrado. A previsão é que, nesta cerimônia, estejam presentes todos os presidentes sul-americanos, incluindo a brasileira Dilma Rousseff.

MORTE

Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília), após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.

Segundo o chanceler venezuelano, Elías Jaua, o vice-presidente, Nicolás Maduro, seguirá no comando do país até a convocação de novas eleições, em 30 dias. O anúncio deve gerar polêmica, pois a Constituição determina a posse do presidente da Assembleia Nacional em caso de ausência total do presidente.

Desse modo, quem deveria assumir o cargo é Diosdado Cabello. Jaua disse também que Maduro deverá ser candidato às próximas eleições presidenciais, assim como Chávez desejou na última reunião de ministros que presidiu, no início de dezembro.

De acordo com a Constituição da Venezuela, como Chávez não tomou posse no dia 10 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deveria assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.


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