Folha de S. Paulo


Morte de Chávez enche de tristeza toda a região, diz Dilma

A uma plateia de trabalhadores rurais, a presidente Dilma Rousseff anunciou na noite desta terça-feira a morte do venezuelano Hugo Chávez. Segundo Dilma, que propôs um minuto de silêncio para homenagear Chávez, ele deixará um vazio "nos corações, na história e nas ruas da América Latina".

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"Hoje lamentavelmente, infelizmente e com tristeza digo para vocês que morreu um grande latino americano: o presidente da Venezuela Hugo Chávez.Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e os centro-americanos", disse Dilma durante discurso no 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Brasília

Dilma lembrou que em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o venezuelano, que estava há 14 anos no poder e morreu de complicações decorrentes de um câncer na região pélvica.

Para a presidente era "um grande líder e, sobretudo, um amigo do Brasil". "Lamento como presidente da República e como pessoa que tinha por ele um grande carinho", disse Dilma que destacou a generosidade de Chávez.

Depois que a morte do presidente foi confirmada, Dilma cancelou a viagem que faria à Argentina. Ela embarcaria para El Calafate, terra natal da presidente argentina Cristina Kirchner, nesta quinta (7) para tratar de assuntos bilaterais.

A Presidência ainda não confirma, contudo, se Dilma vai à Caracas para o enterro de Chávez.

DOENÇA

O câncer pôs fim ao mandato de 14 anos do presidente venezuelano, o mais longevo líder da América Latina. Chávez, 58, morreu nesta terça-feira, em Caracas, vítima de complicações de um câncer na região pélvica.

A morte de Chávez foi anunciada pelo vice-presidente Nicolás Maduro, em pronunciamento na TV venezuelana.

Chávez se recuperava há quase três meses da quarta cirurgia para a retirada de um câncer na região pélvica, realizada em Cuba. Ele deixou Havana, onde estava hospitalizado, para se recuperar em Caracas.

No entanto, desde que Chávez chegou na Venezuela, em 18 de fevereiro, o quadro respiratório dele só se agravou.

Na Presidência desde 1999, Chávez havia sido reeleito para o quarto mandato consecutivo no final do ano passado. O mandato dele terminaria em 2019.


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