Folha de S. Paulo


Rebeldes sírios dizem que capturaram governador de província

Os rebeldes sírios afirmaram nesta terça-feira que capturaram o governador e o líder do partido Baath, do ditador Bashar Assad, na Província de Raqqa, no norte do país. Apesar de os insurgentes reivindicarem o controle, forças aliadas ao ditador fazem bombardeios na região.

Segundo o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, o governador de Raqqa, Hassan Jalili, foi capturado junto com o líder do Baath, Suleiman al Suleiman, ao serem cercados pelos rebeldes próximo à sede do governo regional, em Raqqa.

O presidente da entidade, Rami Abdul-Rahman, disse que Jalili é um dos principais líderes políticos do regime e que seria a maior perda política do ditador Bashar Assad desde o início do conflito, há quase dois anos. O regime sírio não confirmou a captura.

Os rebeldes publicaram um vídeo no site YouTube que mostrava duas pessoas em cativeiro que dizem ser os representantes do regime. As informações e a autenticidade do vídeo não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pela Síria à entrada de jornalistas e entidades internacionais.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirma ainda que a cidade foi bombardeada por aviões do regime, que atingiram duas áreas, deixando dezenas de vítimas. Além dos bombardeios, tropas aliadas disputam com os opositores o controle de um depósito de munição.

A rebelião em Raqqa começou no sábado, com a tomada de um presídio e a libertação de dezenas de presos políticos. Com a euforia causada pela vitória nos combates, grupos de rebeldes decidiram derrubar na segunda (4) a estátua do ex-ditador Hafez Assad, pai de Bashar.

ASSAD

Nesta terça, o jornal libanês "Al Akhbar" publicou uma reportagem dizendo que Bashar Assad considera que seu governo venceu a batalha contra os rebeldes. Segundo a publicação, Assad disse a assessores próximos que os rebeldes estavam lutando para sobreviver.

Os funcionários disseram que o ditador acredita no fim próximo do conflito, chamado por ele de conspiração. Eles disseram que Assad parecia muito cômodo com a situação nas últimas reuniões que teve com sua equipe, em Damasco.

De acordo com políticos árabes ouvidos pelo jornal, as divisões e contradições dos grupos opositores são a prova do fracasso na coalizão.

O regime sírio acredita que é vítima de um complô feito pelos rebeldes, com apoio de países do golfo Pérsico, como Arábia Saudita e Qatar, e potências ocidentais, como os Estados Unidos.


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