Folha de S. Paulo


Bombas caem em hotel de time de futebol e matam jogador na Síria

Duas bombas atingiram nesta quarta-feira um hotel que abrigava um time de futebol no bairro de Tishrin, em Damasco, na Síria. No bombardeio, um jogador do time Al Wathba morreu e ao menos outros quatro integrantes do time do Al Nawair ficaram feridos.

Segundo a agência de notícias Sana, o jogador morto era Yousseff Suleiman, 19, atacante do time que está na primeira divisão do futebol sírio. Colegas de clube dizem que ele foi atingido no pescoço pelos estilhaços de uma das bombas enquanto se arrumava para o jogo contra o Al Nawair, de Hama.

Outros quatro jogadores que estavam em um hotel próximo também foram atingidos pelas bombas, um deles em estado grave. O jogador morto tinha um filho de dois anos de idade. A agência de notícias Sana atribuiu as ações a terroristas, como o regime de Bashar Assad chama os rebeldes.

O time do Al Wathba pertence à primeira divisão do futebol da Síria e disputaria nesta quarta contra o Al Nawair pelo campeonato nacional. O torneio, que está na temporada 2012/2013, é disputado apenas em Damasco desde 2011, devido ao conflito armado entre o regime de Bashar Assad e opositores.

Moradores da região afirmam que o alvo do bombardeio era um prédio do partido Baath, de Assad, que fica a uma quadra do hotel dos esportistas. A região é a mesma onde fica um palácio presidencial atingido na terça (19), em uma ação que não deixou feridos.

O grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou a ação, mas não deu detalhes sobre a autoria ou o time atingido. As informações não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio à entrada de jornalistas e organizações internacionais.

DIÁLOGOS

Nesta quarta, a Rússia defendeu que chegou a hora para as negociações entre o regime de Bashar Assad e os opositores. Nesta semana, os dois lados do conflito deram sinais de que poderão tentar um diálogo, após 23 meses de conflito.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que Moscou e a Liga Árabe estão tentando estabelecer contato entre os dois lados do conflito. "Nenhuma das partes pode se dar ao luxo de confiar em uma solução militar, porque é um caminho à destruição mútua de pessoas", disse.

Tanto Lavrov quanto o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, defenderam que seja formado um governo de transição para dar uma solução ao conflito. Desde o início dos confrontos, em março de 2011, mais de 70 mil pessoas morreram, segundo a ONU.


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