Folha de S. Paulo


Conheça os brasileiros que vão participar da escolha do próximo papa

Com a renúncia do papa Bento 16, anunciada nesta segunda-feira para o próximo dia 28, o Conclave de cardeais será convocado para escolher seu sucessor.

O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite. Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos.

A lista de eleitores no conclave tem cardeais de cerca de 70 países diferentes.

Os italianos são os de maior número. De acordo com a última lista do Vaticano, atualizada há duas semanas, 119 cardeais espalhados pelo mundo estão aptos a votar no conclave.

Em teoria, qualquer homem católico maior de idade pode ser eleito papa --mas nenhuma mulher, porém. O eleito, no entanto, costuma ser um cardeal participante do conclave.

Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, está fora do conclave por ter completado 80 anos em dezembro. Também já ultrapassaram a idade limite os cardeais dom Paulo Evaristo Arns, 91, ex-arcebispo de São Paulo; dom Serafim Fernandes de Araújo, 88, ex-arcebispo emérito de Belo Horizonte; e dom José Freire Falcão, 87, ex-arcebispo de Brasília.

Veja abaixo o perfil dos cinco brasileiros que vão ajudar a escolher o novo papa:

Dom Cláudio Hummes, de 78 anos, ex-arcebispo de São Paulo. Nascido em Montenegro (RS) em 1934, ordenou-se padre em Divinópolis (MG) em 1958, pertencendo à Ordem Franciscana dos Frades Menores. Em 2006, foi nomeado prefeito da Congregação Para o Clero, no Vaticano. Em 2010, o Papa Bento 16 aceitou seu pedido de Renúncia por limite de idade. Desde 2011, exerce a função de vigário-geral da Arquidiocese de São Paulo e acompanha as coordenações pastorais do Mundo do Trabalho; Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades em âmbito arquidiocesano.

Dom Geraldo Majella Agnello, 79, arcebispo emérito de Salvador. Agnello nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1933. Foi ordenado sacerdote em 1957, em São Paulo, onde trabalhou por dez anos. Em 1995, o papa João Paulo 2º o nomeou membro do Comitê Central do Grande Jubileu do Ano 2000 e presidente da Comissão de Liturgia do mesmo comitê. Em 1997, foi membro do Pontifício Comitê dos Congressos Eucarísticos Internacionais. O anúncio da nomeação de dom Geraldo Majella Agnello como arcebispo primaz de Salvador e primaz do Brasil foi feito em janeiro de 1999, por João Paulo 2º. Dois anos depois, dom Geraldo foi nomeado cardeal. Participou também, em 2005, do conclave que elegeu o papa Bento 16.

Gaúcho de Cerro Largo, dom Odilo Scherer, tem 63 anos e é o mais novo entre os brasileiros que compõem o Conclave. Scherer é atualmente arcebispo de São Paulo. Foi ordenado presbítero em 1978. Formado em filosofia e em teologia, Scherer fez doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma entre 1988 e 1991. Como bispo e cardeal, foi enviado especial do Papa Bento 16 para as comemorações do 30º aniversário da mediação da Santa Sé entre a Argentina e o Chile para a solução do conflito do Canal de Beagle em dezembro de 2008 e membro da Congregação para o Clero desde 2008. Em 2011, foi nomeado presidente da Comissão da CNBB para a comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II.

Dom Raymundo Damasceno Assis de 76, é arcebispo de Aparecida. Nascido em 1937 em Capela Nova (MG), foi ordenado sacerdote em 1968 na cidade mineira de Conselheiro Lafaiete. Estudou teologia em Roma em 1965 e, de lá, seguiu para Alemanha para prosseguir sua formação no Curso Superior de Catequese. Em 2009, foi nomeado membro da Pontifícia Comissão para América Latina e em 2011 foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) durante a 49ª Assembleia Geral, realizada em Aparecida, para o mandato de 2011-2015.

João Braz de Aviz, 65, ex-arcebispo de Brasília. Nascido em 1947, em Mafra (SC), foi ordenado sacerdote em 1972. Completou os estudos teológicos em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, e foi laureado em Teologia Dogmática junto à Pontifícia Universidade Lateranense, em 1992. Foi Bispo de Ponta Grossa (PR), promovido a Arcebispo de Maringá em de 2002 e nomeado Arcebispo de Brasília em 28 de janeiro de 2004. Deixou Brasília em fevereiro de 2011 para assumir a Prefeitura da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em Roma.


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