Folha de S. Paulo


Polícia francesa prende acusados de envolvimento na morte de ativistas curdas

Dois curdos nascidos na Turquia e próximos ao círculo das três militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, sigla em turco) mortas em Paris no último dia 9 foram presos sob suspeita de estarem relacionados ao crime. As informações foram divulgadas nessa sexta-feira (18), pela emissora francesa BFM TV.

No último dia 10 a polícia da França encontrou na madrugada os corpos de três ativistas curdas no Centro de Informações do Curdistão, em Paris.

Os homens tem 30 e 38 anos e vivem em La Courneuve, cidade na região metropolitana de Paris. Um deles, preso na última quinta (17), era motorista de uma das vítimas.

Segundo a polícia, os dois homens são uma pista para o esclarecimento do crime.

INVESTIGAÇÃO

O caso está sob responsabilidade da Promotoria antiterrorismo de Paris. No dia das mortes, ativistas disseram à rede de televisão britânica BBC que o Estado turco está envolvido nas mortes, que seriam uma manobra para atrapalhar as negociações de paz.

O PKK luta pela autonomia da territórios curdos desde 1984 e os conflitos com o governo turco já mataram cerca de 40 mil pessoas. A Turquia, os Estados Unidos e a União Europeia o consideram uma organização terrorista.

A agremiação reivindica a criação de um Estado curdo independente nas áreas curdas na Turquia, no Iraque, na Síria e no Irã. Atualmente, o PKK pede maiores direitos e autonomia limitada em uma área no sudeste da Turquia. Segundo a rede BBC, os curdos compõem cerca de 20% da população turca.

O líder do partido, Ocalan, foi preso em 1999 e condenado à pena de morte. Em 2002, sua pena foi reduzida à prisão perpétua, pois a Turquia aboliu a pena capital.

Recentemente, a Turquia retomou as negociações com Ocalan, em uma tentativa de fazer com que o grupo se desarme.


Endereço da página: