Folha de S. Paulo


Premiê iraquiano adverte manifestantes e anuncia concessões

O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, disse, nesta terça-feira (1º), que não vai tolerar as manifestações contra seu governo indefinidamente, mas fez uma concessão às exigências dos manifestantes, prometendo liberar algumas prisioneiras.

Segundo um participante da negociações entre manifestantes e governo, durante um encontro, Maliki se comprometeu a conceder perdão às mulheres acusadas criminalmente.

Das 920 prisioneiras no Iraque, cerca de 700 poderiam ser liberadas. Não será concedida liberdade àquelas processadas ou condenadas por atos considerados terrorismo.

MANIFESTAÇÕES

Milhares de sunitas tomaram as ruas do país há mais de uma semana em protesto contra Maliki, acusado de discriminar a minoria sunita no país.

Os protestos acontecem enquanto o presidente Jalal Talabani, considerado uma influência moderada, está na Alemanha após sofrer um derrame.

Os atos começaram na província de Anbar, reduto sunita no oeste do Iraque, onde manifestantes bloqueiam vias que ligam o país à Síria e à Jordânia.

Em uma entrevista veiculada na televisão iraquiana nesta segunda-feira (31), Maliki disse que há interesses estrangeiros por trás dos protestos, que ele considera "inconstitucionais".

O premiê disse ainda que o governo tem sido muito paciente com os manifestantes, mas que não seria difícil reabrir as estradas e "colocar um fim no assunto".

Os manifestantes exigem o fim do que consideram a marginalização da minoria sunita, que dominou o Iraque até a invasão americana, em 2003.

Eles pedem que Maliki revogue as leis antiterrorismo e acusam o primeiro-ministro e outras autoridades de usá-las para perseguir rivais políticos.


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