Folha de S. Paulo


Reino Unido pede a EUA a libertação de 5 detidos em Guantánamo

O Reino Unido pediu nesta terça-feira aos Estados Unidos que libertam cinco cidadãos com residência legal em solo britânico atualmente detidos na prisão americana de Guantánamo (Cuba). O pedido formal de soltura, assinado pelo ministro das Relações Exteriores britânico, David Milliband, pode indicar a adoção de uma linha mais independente por parte do Reino Unido com os EUA.

Milliband enviou o pedido à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. Os cinco detidos, apesar de viverem legalmente no Reino Unido antes de serem presos, não são cidadãos britânicos.

30.jul.2007/Reuters
Gordon Brown parece adotar política de independência de Bush
Gordon Brown parece adotar política de independência de Bush

Antes de deixar o poder, o ex-premiê britânico, Tony Blair, afirmara que o Reino Unido não era responsável por detidos de outras nacionalidades que apenas viviam no país até serem presos. Aparentemente, seu sucessor, Gordon Brown, adotará política diferente.

Desde que assumiu o poder no Reino Unido, há cerca de dois meses, Brown deu margem a especulações de que seu governo seguiria uma linha mais independente de Washington, o que foi reforçado por algumas das indicações ministeriais de se gabinete.

Londres quer a libertação de Shaker Aamer (saudita), Jamil el Banna (jordaniano), Omar Deghayes (líbio), Binyam Mohamed (da Etiópia) e Abdennour Sameur (da Argélia). O governo Blair havia rejeitado pressões legais dos familiares de vários dos detidos para que o Reino Unido forçasse sua libertação de Guantánamo.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, disse que o governo irá revisar o pedido britânicos, que está "bem dentro da política americana". "Não queremos ser os carcerários do mundo. Ao mesmo tempo, não queremos ver pessoas muito perigosas andando em liberdade e ameaçando nossos cidadãos", disse ele.

Os EUA enfrentam forte criticismo pela manutenção de prisioneiros de terrorismo sob acusações indefinidas em Guantánamo. O presidente americano, George W. Bush, afirmou que gostaria de fechar a prisão, mas ela é necessária para a guerra contra o terror mundial.

Com Reuters

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