O aumento da importância das exportações para o PIB brasileiro do primeiro trimestre é também um reflexo da melhora do cenário global.
Depois de um 2016 modorrento (com o menor crescimento desde 2009, logo após a crise iniciada nos EUA), a economia global ensaia ter neste ano uma retomada.
Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), o PIB global deve crescer 3,5% neste ano, ante 3,1% em 2016. E, mais que isso, o Fundo disse, em abril, que notou uma recuperação "há muito tempo aguardada"na indústria, no comércio e nos investimentos.
Um desses sinais positivos é a China. A segunda maior economia global cresceu 6,9% nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Foi o melhor desempenho chinês em dois anos.
O reflexo disso foi bastante sentido no Brasil. Principais compradores dos produtos brasileiros, os chineses aumentaram suas importações do país em 69% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os mesmos meses do ano passado.
O aumento foi muito superior ao crescimento médio do período (24%). E a consequência foi que os chineses, que haviam comprado 17,2% das exportações brasileiras de janeiro a março de 2016, elevaram sua fatia para 23,4% em igual período deste ano.
COMPARAÇÃO
Na comparação com outras economias, o avanço brasileiro de 1% em relação aos três últimos meses de 2016 foi melhor do que o de outros países latino-americanos, mas ficou abaixo do obtido por nações emergentes asiáticas.
Em um levantamento com 38 países, o avanço da economia brasileira de janeiro a março foi o 11º melhor.
O resultado foi superior ao obtido por México (0,7%) e Chile (0,2%). Já a economia colombiana encolheu 0,2%.
Na Ásia, A economia da Malásia cresceu 1,8% (o melhor resultado entre os 38 países pesquisados), a de China e Tailândia, 1,3%, e a das Filipinas, 1,1% em relação ao quarto trimestre de 2016.