Folha de S. Paulo


Facebook vai usar robôs para combater manchetes exageradas

Dado Ruvic - 2.mai.13/Reuters
A smartphone user shows the Facebook application on his phone in the central Bosnian town of Zenica, in this photo illustration taken May 2, 2013. Facebook, which once seemed poised to take over the Internet, is showing its limitations: a host of newer services are gaining ground among trend-setting youth; a much-hyped smartphone app has received a tepid response; and grand ambitions such as taking on Google in the search business seem ever more fanciful. To Match Analysis FACEBOOK-COOL/ REUTERS/Dado Ruvic/Files (BOSNIA AND HERZEGOVINA - Tags: SOCIETY SCIENCE TECHNOLOGY BUSINESS) ORG XMIT: TOR634
Facebook vai usar robôs para combater manchetes exageradas

Acusado de ser complacente com a publicação de conteúdos falsos e odiosos, o Facebook anunciou ampliação do uso de inteligência artificial para diminuir o alcance de manchetes enganosas e exageradas.

A partir desta quarta-feira, as novas ferramentas, que já estavam sendo usadas nas postagens em inglês, começam a afetar quem usa a rede em 12 idiomas, incluindo português, espanhol e francês.

Em nota, a empresa afirma que as mudanças em seus sistemas têm como objetivo melhorar a experiência dos usuários e diminuir o impacto da desinformação em sua comunidade.

A empresa disse que o trabalho será similar ao que é feito para a filtragem de spams em e-mails.

Para construir a ferramenta, funcionários da companhia categorizaram milhares de publicações como "caça-cliques".

A partir da análise, foram compiladas palavras-chave e estruturas de manchetes destinadas a chamar a atenção para formarem a base inicial do sistema. As postagens que tiverem maior probabilidade de conter manchetes exageradas tendem a aparecer menos no feed de notícias de usuários da rede.

O tema das notícias falsas ganhou relevância após elas terem sido consideradas um dos fatores que ajudaram a eleger o republicano Donald Trump nas últimas eleições presidenciais americanas.

Em abril, a empresa incluiu em seu site um guia para ajudar usuários a identificar notícias falsas.

MULTA

Também nesta quarta-feira, o jornal britânico "Financial Times" informou que a rede social deve receber uma multa da União Europeia em investigação sobre a compra do WhatsApp, que aconteceu em 2014.

A punição, por envio de informações falsas para órgãos reguladores da concorrência no momento da compra da empresa, pode chegar a 1% do faturamento do Facebook em 2016.

Quando adquiriu o aplicativo, a empresa havia informado que não seria possível tecnicamente combinar informações de usuários da rede social e do WhatsApp automaticamente.

Porém, em agosto do ano passado, o WhatsApp mudou suas políticas de privacidade informando que dados de usuários seriam compartilhados com o Facebook.

Ele serviria para segmentação de anúncios e melhora dos serviços, segundo o jornal.

É a terceira punição imposta sobre a empresa por órgãos europeus em uma semana. Reguladores da Itália e da França multaram a empresa por questões de proteção de dados de usuários e violações de privacidade.

A empresa preferiu não comentar os questionamentos do "Financial Times".

"A avaliação efetiva de processos de aquisições dependem da qualidade das informações fornecidas envolvidas no processo", disse a diretora de competição da Comissão europeia em dezembro, quando foram abertas as investigações.


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