Folha de S. Paulo


Em viagem, Temer pedirá 'pressa' para eliminar barreiras do Mercosul

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta quarta-feira (28) que o presidente Michel Temer aproveitará sua viagem a Argentina e ao Paraguai na próxima semana para pedir "pressa" na eliminação das barreiras que ainda restam entre os países do Mercosul.

Após se reunir com Temer e outros ministros durante reunião do conselho da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Serra disse que "as prioridades próximas no Mercosul" serão "levantadas e analisadas" na viagem do presidente aos dois países vizinhos, marcada para segunda-feira (3).

"Vamos, segunda-feira, com o presidente Temer à Argentina e, à noite, ao Paraguai, e as questões das prioridades próximas do Mercosul vão ser levantadas e analisadas. Há também outra prioridade, que é a questão da hidrovia", afirmou o chanceler. "Vamos, internamente, fazer com que essas discussões se apressem, mas não dá pra marcar uma data", completou.

Na segunda, Temer vai se reunir com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires e, no fim da tarde, chega a Assunção para um encontro com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, seguida de reunião ampliada com os ministros daquele país.

BARREIRAS

Questionado sobre o Mercosul existir há mais de duas décadas e ainda não ter resolvido a questão dessas barreiras residuais, Serra afirmou que "avançou-se" nesse assunto mas "falta muito e temos que caminhar nessa direção".

Segundo o chanceler brasileiro, cerca de 80 barreiras internas ainda prejudicam o fluxo de comércio entre os países que compõem o bloco —Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

"Com relação ao Mercosul, tratamos [na reunião da Camex] das principais ideias para adiante, entre as quais, a questão do livre comércio intramercosul. Quem olha de fora pensa que está tudo livre em matéria de comércio interno, no entanto, há muitas barreiras internas na Argentina, Paraguai e Uruguai. É preciso dar prioridade dentro do Mercosul para eliminar barreiras que atingem 80 produtos", disse Serra.

Os governos do Paraguai e Uruguai, por sua vez, reclamam de barreiras impostas pelos países mais ricos do bloco, Brasil e Argentina.

No início da reunião da Camex, Temer fez um rápido discurso de introdução em que afirmou ser preciso romper "o relativo isolamento externo" dos governos petistas e que o Mercosul exige alterações como a revisão da estrutura tarifária, a celebração de acordos em outras áreas e a eliminação das barreiras intrabloco, como sublinhou Serra.


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