Folha de S. Paulo


Conselho da BRF afasta Sérgio Rosa de comitê após operação Greenfield

O Conselho de Administração da BRF (dona de marcas como Sadia e Perdigão) aprovou a suspensão de Sérgio Rosa do cargo de membro do comitê de auditoria da companhia, cumprindo ordem judicial determinada no âmbito da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios em grandes fundos de pensão do país.

Rosa, 57, que comandou a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) na era Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), foi uma das 40 pessoas que tiveram o afastamento imediato determinado pela Justiça de função de direção de qualquer empresa ou grupo empresarial.

A decisão foi tomada em reunião extraordinária do conselho da empresa de alimentos. A medida perdurará enquanto houver decisão judicial ou de autoridade competente que impeça Rosa de exercer função ou cargo de direção em empresa ou grupo empresarial ou até nova deliberação do conselho.

Rosa é, até agora, o único dos 40 investigados suspeito de ter recebido propina. A Polícia Federal e o Ministério Público o envolvem no chamado "Caso Invepar".

OPERAÇÃO GREENFIELD
PF deflagra ação para investigar fraudes

A acusação é que a Previ, assim como Petros (fundo dos funcionários da Petrobras) e Funcef (dos da Caixa), beneficiou a OAS ao investir na Invepar, que detém concessões de serviços como metrô do Rio e o aeroporto de Guarulhos. O documento diz que a estimativa de retorno financeiro que justificaria o investimento na Invepar foi inflada.

Rosa, segundo investigam as autoridades, teria recebido R$ 600 mil da OAS entre 2012 e 2014, após sua passagem pela Previ, por consultorias prestadas por sua empresa. A desconfiança é que o serviço seria apenas de fachada para despistar o pagamento de propina. A Previ é sócia da Invepar desde 2000.

A Folha não conseguiu contato com o advogado do executivo até o momento.

IRMÃOS BATISTA

No caso dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F (holding controladora da JBS), que também tiveram o afastamento dos cargos de direção determinado pela Justiça, a processadora de carne disse que recorreu da decisão e que eles não estão exercendo função executiva no momento.

Porém, segundo informações disponíveis a investidores nos sites das companhias do grupo, eles seguem em seus cargos. Não houve comunicado oficial ao mercado de que os irmãos Batista estão afastados nem foram indicados substitutos.

Na segunda-feira (5), após a operação da PF, a Eldorado, controlada pela J&F, e os executivos disseram que estão à disposição das autoridades.

ENTENDA O CASO

A operação da Polícia Federal foi desencadeada na segunda (5) para investigar supostos prejuízos de R$ 8 bilhões em negócios de empresas com os fundos de pensão Previ, Petros, Postalis (dos Correios) e Funcef.

A principal suspeita é que os fundos de pensão adquiriram cotas em oito fundos de investimento por valores "superfaturados"


Endereço da página:

Links no texto: