Folha de S. Paulo


Mercado interno é a grande força para a economia do Brasil, diz Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (12) que a recuperação da economia brasileira não depende da melhora do dólar. Segundo ele, o câmbio desvalorizado afeta as exportações, mas facilita os investimentos no mercado interno.

"Comércio exterior ainda tem participação pequena no PIB (Produto Interno Bruto). No Brasil, a grande força para a economia é o mercado interno", disse o ministro durante seminário promovido pelo Banco Central.

Meirelles voltou a defender a idade mínima para a aposentadoria. Segundo ele, o discurso de que o trabalhador de baixa renda ficará mais tempo no mercado de trabalho não é real. De acordo com o ministro, esse trabalhador já se aposenta por idade atualmente.

"Hoje, ele trabalha 35 anos, mas não contribui por 35 anos. Em média, o tempo de contribuição é de 15 anos", afirmou Meirelles. "Precisamos aprovar a reforma com idade mínima", ressaltou.

O ministro disse ainda que espera que a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita os gastos públicos seja aprovada em breve.

"Precisamos dessa aprovação para dar mais objetividade à Reforma da Previdência. Vai ficar mais claro para todos que precisamos desse projeto quando for instituído o teto para os gastos públicos."

no vermelho

Quanto à negociação da renegociação da dívida dos Estados com a União, Meirelles não avaliou como um recuo do governo a retirada da proposta para controle de gastos com funcionalismos estadual. Segundo ele, era melhor retirar esse trecho do projeto do que se correr o risco de não ser aprovado pelos deputados.

"Eu conclui que essa parte não iria ser aprovada. Qual a melhor alternativa para o governo? Ter que explicar o porquê do recuo ou entrar na votação e perder? Acredito que se não fosse aprovado o projeto de renegociação de dívida, seria um sinal claro para o mercado de que o ajuste fiscal poderia não passar", ressaltou o ministro.

O texto-base do projeto de renegociação da dívida dos Estados foi aprovado na última quarta-feira (10) pela Câmara dos Deputados, sem o mecanismo que limitava a concessão de reajustes aos servidores estaduais.


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