Bruxelas deve aplicar, nesta semana, uma multa de cartel recorde contra alguns dos maiores fabricantes de caminhões da Europa, por suposto conluio na fixação de preços por vários anos.
A decisão dá desfecho a um inquérito de cinco anos contra Scania, Iveco, DAF, Volvo, Daimler e MAN. Quatro delas já fizeram provisões de cerca de € 2,85 bilhões para as multas. Como delator no caso, a MAN, da Volkswagen, deve se livrar de punições.
As acusações, emitidas por Margrethe Vestager, comissária de competição da União Europeia, abrangem conluio por 14 anos para a fixação de preços e o atraso na introdução de tecnologias que reduzem gases poluentes.
As multas devem superar os recordes anteriores: € 1,4 bilhão contra um cartel de monitores de computador e televisão, em 2012, e o € 1,8 bilhão envolvido no escândalo da manipulação da taxa Libor para empréstimos entre bancos em Londres, também naquele ano. A punição total às companhias envolvidas poderia chegar a € 10,7 bilhões.
As montadoras também podem vir a enfrentar ações na Justiça movidas por empresas de transporte que foram expostas a preços inflacionados por mais de uma década. Existem cerca de 600 mil transportadores na Europa, a maior parte são pequenas empresas.