Folha de S. Paulo


Endividamento e baixa produtividade exigem ação urgente, diz BC dos BCs

Gianluca Colla/Bloomberg
Sede do BIS (Banco de Compensações Internacionais), considerado o Banco Central dos Bancos Centrais, refletido em janela, em Basileia (Suiça). *** The headquarters of the Bank for International Settlements (BIS) is reflected in the window of a building in Basel, Switzerland, on Tuesday, June 25, 2013. Central banks can't expand loose monetary policy without exacerbating risks to world economies, the Bank for International Settlements said this week. Photographer: Gianluca Colla/Bloomberg ORG XMIT: 171667062
Sede do Banco de Compensações Internacionais, o Banco Central dos Bancos Centrais, na Suíça

A política econômica global precisa urgentemente ser reequilibrada, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) neste domingo, enquanto o mundo enfrenta uma "trindade de risco" de dívida elevada, baixo crescimento da produtividade e poder de fogo cada vez mais baixo nos grandes bancos centrais do mundo.

O BIS, órgão que abrange os principais bancos centrais, disse em seu relatório anual que a economia global estava altamente exposta mesmo antes do voto do Reino Unido de quinta-feira, pela saída da União Europeia.

"Há desenvolvimentos preocupantes, uma espécie de "trindade de risco", difícil de assistir", disse o chefe do departamento monetário e econômico do BIS, Claudio Borio.

"O crescimento da produtividade que está anormalmente baixo, jogando uma sombra sobre melhoras futuras no padrão de vida; níveis globais de dívida que são historicamente altos, elevando os riscos à estabilidade financeira; e um espaço notavelmente estreito para manobras políticas."

Ele afirmou que a economia global não pode depender mais do modelo de crescimento estimulado pela dívida, que levou à atual conjuntura.

Apesar das taxas de juros abaixo de zero e dos trilhões de dólares em estímulos, os bancos centrais da Europa e do Japão estão tendo dificuldade para levantar a inflação e o crescimento.

Os mercados cresceram acostumados com este suporte, mas estão cada vez mais preocupados que o poder de fogo está na maior parte sendo gasto.

"Caso essa situação seja prolongada ao ponto de abalar a confiança pública na elaboração de políticas, as consequências para os mercados financeiros e para a economia podem ser sérias."


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