Folha de S. Paulo


Dívida pública total do Brasil avança 2,53% em fevereiro, diz Tesouro

A dívida pública total federal cresceu 2,5% em fevereiro sobre janeiro, alcançando R$ 2,819 trilhões.

A dívida interna do governo aumentou 2,73%, a R$ 2,678 trilhões. Já a dívida externa recuou 1,16% na mesma base de comparação, a R$ 141,24 bilhões.

O comportamento da dívida pública tem relação com o cenário político instável e com a capacidade do governo de se financiar – que vem se deteriorando.

Quanto maiores as incertezas, maior é o custo financeiro do governo em suas operações de crédito. Ou seja, os juros são mais altos e os prazos, mais curtos.

Seguindo trajetória vista em janeiro, no mês passado os títulos corrigidos pela Selic aumentaram novamente sua representatividade, passando a 25,09% da dívida pública federal, sobre 24,78%.

A projeção é que a tendência continue, conforme já antecipado pelo Tesouro, com os papéis pós-fixados encerrando o ano representando de 30% a 34% da dívida. Eles são mais demandados em momentos de percepção de aumento de risco pelos investidores.

Os títulos prefixados seguem respondendo pela maior fatia da dívida: 36,56% em fevereiro, contra 36,08% em janeiro. Para 2016, a estimativa é que representem entre 31% a 35% da dívida pública federal.

Os papéis corrigidos pela inflação, por sua vez, passaram a 33,05% da dívida em fevereiro, abaixo dos 33,63% em janeiro. Sua participação no estoque anual é projetada em 29% a 33%.

Em fevereiro, os investidores estrangeiros diminuíram suas aplicações em títulos da dívida interna a 17,72%, contra 18,91% em janeiro.

Para 2016, o Tesouro fixou que a dívida total ficará entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões, segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF).

EMISSÕES SOBERANAS

Apesar de ter feito nova emissão neste mês, o Tesouro não pretende acessar novamente o mercado tão cedo.

"Uma vez identificada janelas de oportunidade para fazer novas emissões ao longo de 2016, nós vamos considerar reacessar o mercado, mas não há necessidade", afirmou o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Leandro Secunho, lembrando que até o início de 2017 o Tesouro já tem todos os dólares recomprados para o refinanciamento da dívida externa.

Neste mês, o governo brasileiro emitiu US$ 1,5 bilhão em bônus de dez anos, primeira emissão soberana após o país perder o grau de investimento.


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