Folha de S. Paulo


Música pela web sob demanda supera outros formatos nos EUA

Reprodução
Vídeo de divulgação do Spotify, serviço de streaming de música
Spotify, o maior serviço de streaming de música, tem cerca de 30 milhões de usuários

Os serviços de transmissão on-line sem necessidade de download (streaming) desbancaram todos os demais modelos de consumo de música e tomaram a dianteira do mercado musical americano pela primeira vez em 2015.

Segundo o relatório da Associação da Indústria Fonográfica dos EUA (RIAA) divulgado na terça-feira (23), a participação de serviços como Spotify, Apple Music e Tidal no mercado saltou de 27% em 2014 para 34,3% no ano passado, superando os downloads pagos (34%) e as vendas de discos físicos (28,8%).

A indústria fonográfica em 2015 - Porcentagem dos modelos de negócio nos lucros do mercado americano

Ao todo, a categoria gerou lucro de US$ 2,4 bilhões ao mercado fonográfico, um crescimento na ordem de 29% em relação a 2014.

Na conta do sucesso entram as receitas tanto das assinaturas pagas das plataformas de reprodução (sozinhas, equivalem a US$ 1,2 bilhão), serviços digitais de rádio como Pandora e SiriusXM (US$ 803 milhões) e serviços gratuitos como YouTube e Vevo (US$ 385 milhões).

O relatório da associação também identificou alta de 40% no número de pessoas que pagam assinaturas de streaming musical, agora na casa de 10,8 milhões.

AVANÇO GLOBAL

Segundo a revista "Forbes", o Spotify demorou cinco anos e meio até bater a marca de 10 milhões de assinantes. Uma vez alcançada, dobrou-a em apenas um ano.

Nove meses depois, a plataforma já totalizava 30 milhões de adeptos.

O Apple Music também não vai mal, tendo alcançado 11 milhões de assinantes desde o fim de seu período gratuito de testes, em setembro.

Em escala menor, o Tidal, serviço do rapper americano Jay-Z, também mostrou crescimento fulminante.

Segundo o site americano "TMZ", sua base de usuários saltou de 1 milhão para 2,5 milhões de fevereiro para cá. O motivo? O lançamento exclusivo de "The Life of Pablo", do rapper Kanye West.

Na contramão da popularização do streaming, os downloads digitais registraram queda de 10%, para US$ 2,3 bilhões.

Apesar disso, o levantamento da RIAA mostrou um panorama otimista para o mercado digital como um todo, cuja predominância passou de 67% em 2014 para 70% em 2015, com US$ 4,8 bilhões.

Já as vendas de música em formato físico –CDs e singles– caíram 10%, para US$ 2 bilhões. O índice é ainda pior na venda de apenas CDs: 17%. O único alento do setor foi a disparada no mercado de discos de vinil –com US$ 416 milhões, teve seu melhor ano desde 1988.

A EVOLUÇÃO DO STREAMING - Participação no mercado dos EUA ao longo dos anos, em porcentagem

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STREAMING EM NÚMEROS

40%
foi a alta no número de assinantes de serviços de música por streaming nos EUA

Os 10,8 milhões de assinantes geraram US$ 1 bilhão em receita em 2015

Maiores serviços no mundo em 2015:

Spotify: 30 milhões de assinantes

Apple Music: 11 milhões

Tidal: 2,5 milhões

Artistas e bandas mais ouvidos em 2015:

Drake

The Weeknd

Kanye West

Ed Sheeran

Eminem

Fontes: Associação da Indústria Fonográfica dos EUA (RIAA), "Forbes" e "TMZ"


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