Folha de S. Paulo


Bolsa recua 2,62% com aversão global ao risco; dólar e juros avançam

Zhang Yixi/Xinhua
(150824) -- HENAN, agosto 24, 2015 (Xinhua) -- Un inversionista observa información de la bolsa en una sala de comercio de una firma de valores en Luoyang, en la provincia central de Henan, en China, el 24 de agosto de 2015. Las bolsas chinas cerraron el lunes con una fuerte caída, con el Indice Compuesto de la Bolsa de Shanghai, el de referencia, bajando un 8.49 por ciento respecto al día anterior de transacciones para situarse en 3,209.91 puntos, la caída más fuerte desde 2007, mientras que el Indice Compuesto de la Bolsa de Shenzhen descendió un 7.83 por ciento, quedándose en 10,970.29 puntos. El Indice ChiNext que da seguimiento al crecimiento de las empresas estilo Nasdaq de China, perdió un 8.08 por ciento para terminar en 2,152.61 puntos. Cerca de 2,200 acciones se derrumbaron en el límite diario de 10 por ciento. (Xinhua/Zhang Yixi) (rtg) (ah)
Queda do petróleo e preocupação com crescimento global deram o tom dos negócios

A Bovespa fechou em forte queda nesta quinta-feira (11), acompanhando os principais índices de ações globais. Preocupações com os rumos da economia mundial e nova queda dos preços do petróleo deram o tom dos negócios.

O dólar e os juros futuros subiram no mercado doméstico. Pesou a notícia de que o governo vai anunciar um corte de gastos no Orçamento da União. Previsto inicialmente para esta sexta-feira (12), o governo adiou para março o anúncio.

Depois de avaliar vários cenários, que chegou a incluir cortes entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões, a equipe econômica teria fechado uma proposta de um bloqueio na casa de R$ 18 bilhões. A redução menor foi elaborada na busca de evitar a paralisia de boa parte de programas e ações federais.

"Investidores seguem céticos com relação ao ajuste necessário, e as propostas em discussão não parecem gerar maior confiança", escreveram analistas da Guide Investimentos, em relatório.

O Ibovespa fechou em queda de 2,62%, aos 39.318,30 pontos. No ano, acumula perda de 9,30%.

Praticamente todas as ações terminaram em baixa. A Petrobras, pressionada pela queda do petróleo, teve queda de 1,85% na ação PN (preferencial), cotada a R$ 4,23, e de 3,43% na ON (ordinária, com direito a voto), a R$ 5,91.

O petróleo Brent recuava 0,62% a US$ 30,65 o barril, enquanto o WTI perdia 2,81%, a US$ 26,68 o barril.

EUROPA, ÁSIA E EUA

O principal índice de ações europeias caiu nesta quinta-feira (11), chegando a atingir a mínima em dois anos e meio, pressionado pelas novas baixas em ações bancárias e ligadas a commodities.

O índice FTSEurofirst 300 fechou em baixa de 3,68%, aos 1.195 pontos, após ter atingido mais cedo na sessão o menor patamar desde agosto de 2013.

O setor bancário caiu 6,26% e liderou as baixas. Na semana até o momento, o setor acumula queda de quase 11%, com as preocupações sobre a lucratividade em um ambiente de baixo crescimento e baixas taxas de juro. O setor já perdeu 28,6% no ano.

Os papéis do banco Société Générale recuaram 12,57% após o banco divulgar alta menor que o esperado em seu lucro líquido no quatro trimestre.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones perdia 1,20%, e o S&P 500, -1,27%. O Nasdaq ganhava 0,05%.

Na Ásia, o índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, teve queda de 1,76%.

A aversão ao risco pesou sobre a maioria das ações asiáticas, com Hong Kong —um dos principais canais para os investidores globais atuarem na China— caindo 3,85%. Os investidores de lá voltaram do feriado prolongando do Ano Novo Lunar. Os mercados no restante da China continuaram fechados.

DÓLAR E JUROS

No mercado doméstico, o câmbio reagiu ao ambiente de aversão a risco nos mercados globais. O dólar à vista fechou em alta de 1,33%, a R$ 3,9802; o dólar comercial subiu 1,21%, cotado a R$ 3,9840.

O mercado de juros futuros também seguiu em alta. O DI para janeiro de 2017 passou para 14,475%, de 14,415% nesta quinta-feira. O contrato para janeiro de 2021 avançou para 16,120%, de 15,880% na véspera.

"Há medo de que a economia mundial volte a atravessar um período de fraqueza prolongado, o que faz o mercado se proteger no dólar", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

A presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, reconheceu em audiência no Senado norte-americano que as turbulências financeiras globais vêm sendo mais fortes que o esperado, mas salientou pontos positivos na recuperação dos EUA. A declaração sustentou o avanço do dólar, reforçando a percepção de fragilidade da situação econômica global.

"Se o Fed está surpreso com essa volatilidade (nos mercados globais), o mercado tem motivo para ficar ainda mais cauteloso", disse o operador de uma corretora nacional, ressaltando que essas preocupações predominaram sobre a perspectiva de que o Fed demore para aumentar os juros nesse contexto.

O dólar avançou quase 2% em relação ao peso mexicano e atingiu nova máxima histórica durante as negociações, mesmo após o banco central do país vender US$ 400 milhões em dois leilões. Em relação ao peso argentino, a alta da moeda americana superou os 3%.


Endereço da página:

Links no texto: