Folha de S. Paulo


Rede americana tenta abrir mercado de franquias de pet shop no Brasil

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -16 /04/15 -15 :00h - Rodrigo Albuquerque é sócio-diretor da rede de petshops Petland, marca norte-americana que atua em 11 países e que está se expandindo pelo Brasil ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO ABERTOLEGENDA DO JORNALRodrigo Albuquerque, sócio-diretor da rede de pet shops no Brasil
Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da rede de petshops Petland

A norte-americana Petland aposta em criar uma grande rede de franquias de pet shops de bairro no Brasil.

As lojas da empresa, que chegou ao Brasil em maio de 2014, têm tamanho médio de 200 metros quadrados.

Segundo Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da Petland no Brasil, a empresa oferece ferramentas de administração para quem quer possuir um pet shop.

"Este é um mercado que cresce, mas ainda de modo muito amador. Beira o artesanal em alguns momentos. A maior parte das operações são comandadas por veterinários com perfil técnico, que não têm conhecimento
de varejo, gestão de pessoas para profissionalizar o negócio", diz.

Entre as características das lojas da Petland estão o posicionamento das rações –que dão menos retorno financeiro– no fundo da loja para priorizar a venda de itens mais rentáveis.

No fundo das lojas também ficam os filhotes de cachorros e uma área para interação com eles. Segundo Albuquerque, eles são adquiridos de fornecedores certificados, que têm de obedecer padrões específicos de
tratamento dos animais.

Albuquerque diz que a venda de acessórios é responsável por 30% do faturamento das unidades da empresa. A comercialização de filhotes e a realização de serviços são responsáveis por 25% da receita cada um. A
ração traz apenas 15% do faturamento.

A companhia tem atualmente 20 unidades. Planeja inaugurar outras 20 em 2016. Para o franqueado, o investimento necessário para abrir uma loja fica entre R$ 400 mil e R$ 600 mil.

Até 2020, a meta é estar com 300 unidades, diz Albuquerque. O número é maior do que a soma das lojas que a rede tem em todo o mundo.

São 160 unidades em 19 países, com a diferença de que, em muitos mercados em que a Petland está, optou-se por lojas maiores, com aproximadamente 1.000 metros quadrados.

Além de criar pet shops novos, a companhia também busca trazer empresas já existentes para dentro de sua rede.

Nesse caso, o investimento exigido do dono do pet shops é menor, definido conforme a necessidade de adequações que serão exigidas para que o pet shop entre no padrão da empresa, diz.

DESAFIOS

Os planos da companhia terão grandes desafio pela frente, segundo especialistas ouvidos pela Folha.

Ana Paula Tozzi, da consultoria em varejo GS&AGR, diz que o relacionamento que se cria com o dono e com o veterinário de um pet shop de bairro é mais importante do que a padronização de marca, do atendimento ou
dos produtos oferecidos, que são características do modelo de franquia.

"Não acredito em uma franquia forte no segmento. Existem franquias de serviços padronizados, como as de lavanderias. Mas a relação do cliente com elas é diferente do que com os pet shops, pois nesse caso não se
está lidando com vidas."

Nelo Marraccini Neto, do Instituto Pet Brasil, aponta o fato de a maioria dos itens do mercado pet estarem disponíveis em muitas lojas como um empecilho às franquias no segmento.

"O franqueador não terá um produto de marca própria para ser vendido exclusivamente na loja de seu franqueado. O que terá para oferecer será o marketing e processos para compra de mercadorias, o que é pouco. A
franquia pode ir bem, desde que não prometa mundos e fundos."


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