Folha de S. Paulo


Produtores estão perto de acordo sobre preços do petróleo, diz Maduro

Os países que integram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e outros que não pertencem ao cartel de produtores estão perto de alcançar um acordo para estabilizar os preços do petróleo, assegurou neste sábado (30) o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Estamos perto de fazer um acordo os países petroleiros Opep e não Opep. Estar perto não quer dizer que já estamos", disse Maduro, durante encontro em Caracas com agricultores urbanos.

As declarações do presidente coincidiram com a viagem à Rússia no sábado de seu ministro de Petróleo e Mineração, Eulogio del Pino. O giro levará o ministro, ainda, ao Catar, Irã e Arábia Saudita, com a finalidade de impulsionar uma estratégia destinada a conter a queda nos preços do petróleo.

"São quatro países-chave com os quais nos reuniremos como parte da proposta formal feita pela Venezuela aos países Opep e não Opep", afirmou Del Pino na sexta-feira (29), ao anunciar a viagem.

O ministro se referiu à proposta de Maduro de acertar um plano dentro e fora da Opep para elevar a cotação do petróleo.

"Se o petróleo voltasse a crescer moderadamente, nós não poderíamos ter uma recaída novamente, teríamos que manter este ritmo", afirmou neste sábado o governante socialista, que recentemente propôs uma reunião para fevereiro aos sócios da Opep.

CORTE DE PRODUÇÃO

A Venezuela tentou que o cartel —do qual é membro fundador— decida um corte da produção, o que foi rejeitado pela Arábia Saudita, dedicada a uma estratégia de saturação do mercado que deprima os preços e afete a produção de xisto, como a dos Estados Unidos.

A Arábia Saudita, no entanto, expressou o desejo de estabilizar o mercado em acordo com produtores alheios à organização.

A cesta de petróleo da Venezuela —o país com as maiores reservas de petróleo do mundo— fechou esta semana em US$ 24,16 o barril, frente a US$ 21,63 de oito dias atrás, depois de um mês de queda.


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