Folha de S. Paulo


Índice de expansão do comércio em SP volta a cair após dois meses de alívio

Após dois meses de alívio, o IEC (Índice de Expansão do Comércio), um indicador antecedente de investimentos e contratações medido pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), voltou a cair em janeiro.

A queda atual do indicador, calculado com base em dados de aproximadamente 600 empresas do setor, é justificada, principalmente, pelo fim do período de contratação de trabalhadores temporários de final de ano, explica Vitor França, assessor econômico da FecomercioSP.

"Aquela oscilação positiva que verificamos nos últimos meses é algo sazonal para o comércio nos finais de ano, quando as contratações de funcionários aumentam", diz.

No primeiro mês do ano, o IEC atingiu 72,1 pontos, o que representa um recuo de 2,2% em relação ao mês anterior. Quando a comparação é feita com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 28,2% no indicador que avalia a intenção dos comerciantes de ampliar seus negócios, seja com investimentos na expansão de lojas ou máquinas, seja com a admissão de novos funcionários.

Um dos subíndices que compõem o IEC, o indicador de expectativas para contratação de funcionários caiu de 88,4 pontos em dezembro para 85,7 pontos em janeiro.

A queda de 23,8% na comparação anual pode ser interpretada como uma expectativa de manutenção do ajuste no mercado de trabalho que aconteceu em 2015, segundo a FecomercioSP.

INVESTIMENTO

Outro componente do IEC, o nível de investimento das empresas, que sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos, também recuou, de 59 pontos em dezembro para 58,4 pontos em janeiro. Na comparação anual, a queda do subíndice foi de 33,8%, segundo a FecomercioSP.

Para o economista da entidade, embora o indicador esteja em patamares inéditos de baixa, ainda não há qualquer perspectiva de recuperação no curto prazo.

"O desemprego está aí. Nós ainda perguntamos se o empresário pretende demitir ou contratar mais, e ainda é grande a parcela dos que pensam e demitir", diz França.

O economista relata que é significativa a incidência de casos de empresários que estão mudando de ponto, procurando localidades mais baratas, outros que estão reduzindo suas lojas e aqueles que, após demitirem parte da equipe, estão atribuindo mais funções aos trabalhadores que restam.


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