Folha de S. Paulo


Governo evitou parecer desesperado com a crise ante o Conselhão

Uma das principais preocupações do Palácio do Planalto era a de que o governo parecesse "desesperado" diante da crise durante a reunião do Conselhão, que reuniu 92 integrantes do setor empresarial, sindical e da sociedade civil nesta quinta-feira (28) em Brasília.

Segundo a Folha apurou, a ordem que a presidente Dilma Rousseff deu a seus ministros foi "apontar metas e diretrizes" e "pedir contribuição", mas jamais dar a impressão de que o governo está "perdido" para encontrar saídas para a crise política e econômica que assola o país.

O objetivo era deixar claro que o governo "sabe aonde quer chegar", mas quer ajuda para "construir consensos" –expressão utilizada inclusive no discurso que Dilma fez no encerramento da reunião desta quinta no Palácio do Planalto.

Auxiliares da presidente estavam preocupados, nos últimos dias, com a expectativa que o Conselhão criou entre seus integrantes. O recado que chegou ao Planalto era o de que os conselheiros esperavam levar e ouvir propostas que gerassem mudanças contundentes no país.

Dessa forma, os ministros do núcleo mais próximo a Dilma passaram a repetir que o espaço era de mais diálogo e menos anúncio, na tentativa de baixar expectativas.

A presidente não deixou de fazer anúncios, mas defendeu pontos polêmicos, como a recriação da CPMF e a reforma da Previdência, esta última criticado inclusive pelo seu partido, o PT.

A última reunião do Conselhão ocorreu em 2014 mas a presidente resolveu retomar a dinâmica diante da crise política e econômica no país.


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