Folha de S. Paulo


Demanda por energia elétrica cai 2,3% com crise e tarifas mais altas

A carga de energia elétrica do Brasil caiu 2,3% em novembro ante o mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (3) o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que atribui a demanda menor à baixa atividade econômica, incluindo o endividamento das famílias, a alta dos juros e o desemprego.

O ONS também citou a elevação das tarifas em 2015, que alterou os padrões de consumo. Neste ano, houve forte despacho de energia térmica, mais cara que a hidrelétrica, diante da seca que atingiu os reservatórios.

No Sudeste/Centro-Oeste, a queda de carga foi de 2,7% na comparação anual, enquanto o Sul teve retração de 10,2%.

Já Norte e Nordeste continuam com elevação na demanda, de 6,7% e 3,4%, respectivamente.

Segundo o ONS, os números são resultado do impacto menor dos reajustes tarifários sobre essas regiões e de um "ainda menor impacto da conjuntura econômica adversa" sobre a região Nordeste.

O operador destacou, no entanto, que a taxa de crescimento da carga verificada no Nordeste em novembro já é inferior às observadas no primeiro semestre.

No Norte, a elevação foi influenciada também pela interligação do Estado do Amapá ao sistema, finalizada em outubro, e pelas altas temperaturas de novembro, principalmente em Manaus.

A carga da indústria eletrointensiva instalada na região Norte, no entanto, "passou por expressiva contração ao longo dos últimos anos e mantém-se em patamar bastante reduzido desde meados do ano de 2014", disse o ONS.


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