O Brasil já depende menos de importações para atender o consumidor de produtos da cultura "geek". Mas o país ainda não tem uma linha de personagens próprios com apelo junto ao público.
Renan Pizii, 31, atua como fabricante, distribuidor e vendedor. Pela Pizzi Toys e pela Iron Studios, desenvolve colecionáveis e brinquedos sob licença de DC Comics, Marvel e Disney.
Na ausência de super-heróis, a única marca local trabalhada por ele é a Ayrton Senna. Pizii desenvolve e fabrica miniaturas colecionáveis ligadas ao piloto de F-1, morto em 1994.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
Empresário Renan Pizii, dono da loja Iron Studios, em seu escritório em São Paulo |
Embora desenvolvidos no Brasil, os produtos criados nas empresa comandadas por Pizii são todos fabricados na China, onde o empresário mantém uma fábrica.
"O caminho natural, com a consolidação da indústria 'geek' no Brasil, é o desenvolvimento de conteúdo nacional. Há potencial para isso", afirma Pierre Mantovani, da holding Omelete.
Segundo o diretor geral Marcos Bandeira de Mello, a WBCP (Warner Bros. Cosumer Products) vê o Brasil como elo importante tanto no desenvolvimento de produtos quanto como gerador de receitas para a companhia.
"Parte dos nossos esforços por aqui é ajudar o desenvolvimento dos parceiros locais, embora já existam muitos com alto nível", diz Mello.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o São Paulo Futebol Clube foram as marcas nacionais já representadas pela WBCP.
A carência de personagens nacionais com apelo junto aos "geeks" leva a algumas situações inusitadas.
Embora esse consumidor seja majoritariamente homem sem filhos, pelo segundo ano, a Comic Con Experience, que acontece em dezembro, em São Paulo, vai homenagear um artista ligado ao mundo infantil.
Em 2014, foi Maurício de Sousa, o "pai" da Turma da Mônica. Neste ano as honras serão de Juliano Prado e Marcos Luporini, criadores da Galinha Pintadinha.