Folha de S. Paulo


Consórcio com investigadas na Lava Jato suspende obra do Comperj

A principal obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) em curso, a chamada UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural), prevista pela Petrobras para ficar pronta em 2017, foi suspensa e 800 trabalhadores foram demitidos.

O consórcio QGIT, composto por Queiroz Galvão, Iesa e Tecna, informou, por meio de nota divulgada nesta terça-feira (29), que se viu obrigado a suspender a obra "diante dos insustentáveis impactos sobre o contrato, decorrentes da crise econômica atual e de seus efeitos no câmbio e no mercado financeiro".

O consórcio, que tem duas empresas investigadas na Lava Jato (Queiroz Galvão e Iesa), construía a unidade que irá receber e escoar a produção de gás natural do pré-sal.

Na última apresentação do plano de negócios da empresa, para o período de 2015 a 2019, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, informou que a unidade deveria ser concluída em 2017—o prazo anterior era outubro de 2016.

Localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio, o Comperj foi inicialmente concebido para ser um pólo petroquímico e uma refinaria. Após desistência do parceiro na parte petroquímica, a Petrobras tocou sozinha a obra da refinaria.

Em junho, a estatal anunciou que a única obra do Comperj a integrar o plano de negócios de 2015 a 2019 da empresa seria a unidade de processamento de gás.

O consórcio QGIT informa, em nota, que a suspensão é temporária e que as demissões ocorreram "respeitando-se integralmente a legislação trabalhista".

Ainda segundo o consórcio, as negociações com a Petrobras estão em curso para que as obras sejam retomadas.

OUTRO LADO

Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a Petrobras diz que está tomando todas as medidas necessárias para evitar a paralisação, mas afasta a possibilidade de renegociação do contrato, como querem as empreiteiras.

"A Petrobras está em dia com suas obrigações e não concorda com a paralisação das obras", afirmou a companhia.


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