Folha de S. Paulo


Operários de complexo petroquímico protestam diante de sede da Petrobras

Um protesto contra a paralisação das obras do Comperj (o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) mobilizou políticos e moradores do município de Itaboraí e de cidades vizinhas na tarde desta segunda-feira (24) diante da sede da Petrobras, no centro do Rio.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Itaboraí, a manifestação teve o reforço de 120 ônibus fretados que trouxeram passageiros de 15 cidades do interior do Estado, como Araruama, Saquarema, Rio Bonito e São Gonçalo. Em torno de 5.000 pessoas participaram do ato, segundo representantes das cidades envolvidos na organização.

O grupo de manifestantes reuniu autoridades municipais, ex-operários do Comperj, sindicalistas, além de profissionais sem vínculo direto com a indústria de petróleo, mas que acabaram afetados pelo colapso da economia local.

A obra do complexo petroquímico do Rio chegou a ter 35.500 trabalhadores no pico das atividades, em agosto de 2013, de acordo com a Petrobras. Em dezembro de 2014, eram 23.000. Atualmente, segundo a empresa, cerca de 11.500 trabalhadores estão em atividade.

A Polícia Militar acompanhou o protesto, que transcorreu sem incidentes em frente ao prédio da Petrobras, na avenida República do Chile.

Gerentes executivos da Petrobras receberam os prefeitos de Itaboraí, Helil Cardorso (PMDB), de Niterói, Rodrigo Neves (PT), os deputados Waldeck e Milton Rangel e representantes dos sindicatos.

Para o prefeito de Itaboraí e presidente do Conleste (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense), o resultado da conversa não foi satisfatório. "Não fomos recebidos por quem era de direito e quem decide. O presidente da Petrobrás não nos atendeu", disse Cardozo, afirmando que um encontro com o presidente, Aldemir Bendine, foi marcado para daqui a 30 dias.

O carro de som estacionado na entrada da empresa é palco de discursos e toca funks com letras de protesto, como "Refinaria Já / A obra tem que terminar".

OUTRO LADO

A Petrobras afirmou em nota que as obras não estão paralisadas e que seguirá estratégia definida no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019. Segundo a empresa, as construções já estão com 85% de avanço físico.

Ainda segundo a nota, as obras da central de utilidades do Comperj, que irá suportar a partida da unidade de processamento de gás natural, estão em andamento. Esse conjunto de unidades está previsto para entrar em operação em outubro de 2017.

Quanto ao projeto da Refinaria Trem 1, a Petrobras afirma que está estruturando um modelo de negócios, que inclui parcerias para a conclusão do empreendimento.


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