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Após incidente, ministério descarta risco de barragem romper em RO

Lalo de Almeida/Folhapress
Construção da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira
Construção da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira

Técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego em Rondônia descartaram qualquer possibilidade de interdição do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho.

Na sexta-feira (10), houve correria entre os operários com o transbordamento do rio Madeira em uma área ao lado do rio, chamada de ensecadeira. Vídeos postados em redes sociais no fim de semana mostram operários, ofegantes, buscando as partes mais altas da barragem para se proteger das águas e de um possível rompimento.

Fiscais visitaram o local na sexta-feira. Segundo o chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do MTE/RO, Juscelino Durgo, não houve vazamento de água através da estrutura, mas sim o transbordamento do manancial por sobre o muro, razão que, avalia, não justifica uma interdição parcial ou total da obra.

"Houve um descompasso entre as comportas e o fechamento das turbinas, ou seja, com essa demora foi gerada uma onda que transbordou a ensecadeira que passa ao lado do muro, daí a água passou por cima do muro e invadiu o local", afirmou.

Os fiscais deram prazo para até sexta-feira o consórcio ESBR (Energia Sustentável do Brasil), responsável pela construção de Jirau, terminar de elevar a altura do muro da ensecadeira.

O consórcio também deverá apresentar até o dia 20 um laudo que ateste a segurança interna do espaço.

Em nota, a concessionária ESBR afirmou que não houve qualquer dano a nenhuma das estruturas da usina e que foi adotado um procedimento comum.

Às 10h26 da sexta, segundo a nota, 26 das 30 turbinas em operação precisaram ser paralisadas depois que uma linha de transmissão de energia para o Sudeste foi desligada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Com o procedimento, segundo a nota, a vazão da água foi desviada e gerou um aumento do nível do reservatório.

Ainda conforme a ESBR, "trata-se de procedimento operacional comum em hidrelétricas" e que foi realizado "nos devidos parâmetros de segurança exigidos pelos órgãos fiscalizadores e reguladores do Setor Elétrico Brasileiro". As turbinas foram novamente acionadas 40 minutos depois, e normalizadas totalmente às 14h daquele dia, segundo a empresa.


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