Folha de S. Paulo


Bolsa cai e dólar sobe antes de plebiscito grego e com feriado nos EUA

O principal índice da Bolsa brasileira opera em queda, enquanto o dólar registra nova alta ante o real, com os investidores cautelosos em relação à crise grega, antes do plebiscito de domingo (5) em que a população da Grécia vai decidir se é ou não a favor de o país aceitar as condições dos credores internacionais para receber nova ajuda financeira e se manter na zona do euro.

A queda do Ibovespa era de 1,15%, às 12h50 (de Brasília), para 52.494 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 950 milhões –bem abaixo da média para o horário pelo fato de as Bolsas nos Estados Unidos estarem fechadas nesta sessão, devido ao feriado de 4 de julho (Independência) naquele país. Na Europa, os principais índices de ações tinham desempenho negativo.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, reafirmou nesta sexta-feira, em breve pronunciamento na televisão, o pedido pelo voto "não" (contra um acordo com credores) no plebiscito de domingo. Segundo o premiê, rejeitar a proposta de socorro dos credores é votar contra a "chantagem" e o que ele chama de "ultimato" da outra parte da negociação.

Das 66 ações do Ibovespa, apenas nove subiam. As produtoras de papel e celulose estavam entre as poucas altas da sessão, por causa da alta do dólar. A Fibria ganhava 0,96%, para R$ 42,91, liderando os ganhos do Ibovespa. Já a Suzano avançava 0,42%, para R$ 16,73.

A queda das ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras, de 3,33%, para R$ 11,89, ajudava a empurrar o Ibovespa para baixo. Elas eram afetadas pela notícia de que o rombo no caixa da estatal já chega a R$ 19 bilhões com problemas de corrupção investigados na Lava Jato, segundo cálculo da Polícia Federal.

A Vale e as siderúrgicas continuavam a sofrer com a sétima queda consecutiva no preço do minério de ferro negociado na China –principal destino das exportações da Vale. A matéria-prima é um dos principais componentes do aço.

Às 12h50, as ações preferenciais da Vale cediam 1,81%, para R$ 15,18. Entre as siderúrgicas, a CSN perdia 2,83% (a R$ 4,81), enquanto a Gerdau mostrava baixa de 2,46% (a R$ 6,73) e o papel preferencial da Usiminas recuava 1,70% (a R$ 4,04).

CÂMBIO

No câmbio, a cautela com a Grécia voltava a impulsionar a cotação do dólar sobre o real, além da sinalização por parte do Banco Central do Brasil de que reduzirá suas atuações no mercado.

Às 12h50, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,04%, para R$ 3,134 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, mostrava valorização de 1,25%, para R$ 3,136.

Nesta sexta-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto –operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi integralmente vendida, por US$ 292,7 milhões. Nos dois primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps.

Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior.

Com Reuters


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