Folha de S. Paulo


Chineses devem passar brasileiros em turistas nos EUA

Apesar da valorização de 12% do dólar no ano passado, o Brasil se manteve como o quinto país que mais enviou turistas aos Estados Unidos. Foram 2,26 milhões de visitantes em 2014, alta de 10% em relação ao ano anterior.

Editoria de Arte/Folhapress

Em 2015, no entanto, o país deve perder para a China a posição no ranking, que leva em conta os países fronteiriços Canadá e México –os primeiros colocados.

A projeção é do Departamento de Comércio norte-americano e foi divulgada durante o IPW15, o maior evento da indústria do turismo norte-americano, que neste ano aconteceu em Orlando, na Flórida, entre 30 de maio e 3 deste mês.

Com o avanço maior do dólar e o agravamento da crise da economia brasileira, em 2015 o número de turistas que se destinam aos EUA deve, numa estimativa otimista, crescer 4% –se o cenário no Brasil se agravar, há quem projete uma queda inédita de 5%, depois de uma década em que o número de visitantes brasileiros cresceu a uma taxa de quase 22% ao ano.

Embalado pelos tempos de real forte e por preços mais módicos nos EUA, entre 2005 e 2014, o número de turistas brasileiros saltou de 480 mil pessoas para mais de 2,2 milhões (alta de 498%).

No mesmo período, o gasto total do viajante do Brasil saltou de US$ 3 bilhões para US$ 13 bilhões no ano passado. A alta em 2014 foi de 5%.

Os principais destinos procurados pelo turista brasileiro nos EUA foram, pela ordem, a Flórida (principalmente Miami e Orlando), a cidade de Nova York e o Estado da Califórnia (com destaque para Los Angeles e San Francisco).

O VISTO EM QUESTÃO

A taxa de vistos aprovados pelos EUA concedidos a brasileiros alcançou 97%, o que teoricamente qualificaria o Brasil a entrar no programa Visa Waiver Program (VWP), que dispensa os países da necessidade do documento.

Historicamente, todos os países que foram aceitos nesse programa dobraram, sem exceção, o número anual de visitantes enviados aos EUA.

No quiproquó acerca da adoção da medida, o Brasil deve ser incluído na categoria Global Entry, em que cidadãos de um país precisam de visto, mas, com dados biométricos cadastrados, conseguem entrar no território norte-americano ao colocar suas impressões digitais numa máquina, e o passaporte, num escâner, sem necessidade da entrevista com o oficial da imigração no aeroporto.

Os vistos devem ser objeto de discussão na visita oficial que a presidente Dilma Rousseff deve fazer ao colega Barack Obama, em Washington, nas próximas semanas.

Nos Estados Unidos, o setor de viagens e de turismo responde por 3,8% do PIB e emprega cerca de 8 milhões de pessoas.


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